O procurador foi questionado pelos jornalistas sobre suas palestras porque nesta semana a Corregedoria Nacional do Minist�rio P�blico instaurou um procedimento para investigar estes eventos remunerados. Dallagnol declarou que este � um procedimento padr�o, que deve ser arquivado pela falta de qualquer irregularidade nos eventos que faz.
A atividade docente, disse ele, � autorizada pela Constitui��o, por resolu��es do Conselho Nacional do Minist�rio P�blico e pelo Conselho Nacional de Justi�a. As palestras s�o reconhecidas como "atividade docente" por uma resolu��o do CNJ. "A atividade de dar palestras � legal, l�cita e privada."
Dallagnol fez sua maior palestra em evento na noite de quinta-feira, 22, em S�o Paulo, da XP Investimentos, que reuniu 5 mil pessoas. O procurador, ovacionado pelos presentes, que o aplaudiram de p�, disse que o interesse por suas declara��es vem da identifica��o das pessoas com a causa, o combate � corrup��o. "Recursos p�blicos s�o desviados pela corrup��o e geram mal estar."
Perguntado sobre quanto recebeu pela palestra de quinta, Dallagnol disse que n�o poderia informar por n�o falar de casos espec�ficos, que no geral possuem contrato de confidencialidade. "N�o posso expor o contratante", disse ele, ressaltando que os valores ser�o divulgados em 2018, quando sa�rem os n�meros totais recebidos este ano.
O ingresso para o evento da XP, que come�ou quinta e termina no s�bado em S�o Paulo, custa R$ 800 e vai reunir nomes como o prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, e o ex-presidente do Ita�, Roberto Setubal.
Dallagnol rebateu cr�ticas de alguns partidos, de que estaria enriquecendo com a repercuss�o da Opera��o Lava Jato e mencionando pessoas investigadas em suas declara��es. "Nas minhas palestras n�o trato de casos espec�ficos, trato de corrup��o. N�o fa�o men��es espec�ficas a corruptos"
"Por decis�o pr�pria, em 2016 eu decidi destinar todos os valores que seriam recebidos com palestras para uma entidade filantr�pica", afirmou o procurador, citando o hospital no Paran�. Segundo ele, foi autorizado que o hospital preste informa��es sobre os valores recebidos. As pr�prias entidades que bancaram as palestras repassaram os recursos aos hospitais, sem passar por Dallagnol.
No evento de quinta, o procurador afirmou que a corrup��o rouba a estabilidade pol�tica de um pa�s, afasta investidores e gera descren�a nas institui��es. "Em pa�s corrupto, grandes campe�es nacionais largaram na frente porque pagaram propina", afirmou o procurador, sem citar nomes.
Dallagnou mencionou estimativas de que a corrup��o desvia no Brasil ao redor de R$ 200 bilh�es por ano. "A corrup��o gera danos qualitativos e quantitativos", observou.
(Altamiro Silva Junior)