Bras�lia - O presidente Michel Temer usou o discurso na cerim�nia de um ano da Lei de Responsabilidade das Estatais para dizer que os Poderes precisam ter "responsabilidade" e, sem citar diretamente a den�ncia contra ele, afirmou que todas as institui��es t�m de responder por seus atos. "A responsabilidade � vacina contra inefici�ncia e o populismo", disse, em evento no Pal�cio do Planalto.
"Veja como muitas vezes repeti a palavra responsabilidade na ideia fundamental, b�sica, alicer�adora, criadora, estruturante do nosso Estado brasileiro, que � um Estado em que todos respondem pelos seus atos. Estejam onde estiverem: na atividade privada, atividade p�blica, no Legislativo, no Executivo e no Judici�rio, onde quer que estejam, todos respondem por seus atos", afirmou o presidente no evento, que chegou a constar da agenda do presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas ele n�o compareceu.
Temer disse ainda que a falta de responsabilidade destr�i empresas e corr�i institui��es e que h� uma "tenta��o" para o "aplauso f�cil com sacrif�cio da responsabilidade".
Ao destacar um ano da Lei das Estatais, o presidente fez tamb�m uma cr�tica indireta ao delator Joesley Batista, da JBS, a quem o governo tem tentado afirmar que contrariou ao n�o atender algumas demandas. "O objetivo da Lei das Estatais era proteger as empresas de um certo ass�dio ileg�timo. Ao faz�-lo frustramos interesse de gente poderosa", disse. "Gente que se servia da atividade p�blica para objetivos n�o l�citos."
Fora da agenda
Pela segunda vez na semana, Temer participou de compromisso que n�o constou da agenda oficial. Ontem, ele foi a um almo�o na casa do deputado Her�clito Fortes (PSB-PI). O encontro foi posteriormente confirmado pela assessoria de imprensa do Pal�cio do Planalto.
Apesar de ser do PSB, Her�clito tem demonstrado insatisfa��o com o partido em fechar quest�o contra as reformas apresentadas pelo governo e pode trocar de legenda, voltando para o DEM.
Na ter�a-feira � noite, Temer esteve na casa do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em jantar em que a sucess�o de Janot foi tratada. No dia seguinte, Raquel Dodge foi anunciada. Tamb�m fora da agenda, o encontro reuniu os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presid�ncia) e Eliseu Padilha (Casa Civil).
No in�cio da manh�, Temer fez ainda uma breve participa��o na abertura da 15ª Confer�ncia dos Ministros da Justi�a da Comunidade dos Pa�ses de L�ngua Portuguesa (CPLP) e exaltou o papel dos chefes das pastas. "Ministro Torquato Jardim, eu quero saudar este momento. Este momento em que os ministros da Justi�a... e convenhamos em toda administra��o p�blica, o ministro da Justi�a � sempre uma das primeiras figuras no cen�rio administrativo de todo e qualquer pa�s", afirmou Temer.
Em meio � escalada da crise pol�tica, Temer fez a troca do ministro da Justi�a h� cerca de um m�s e escalou o advogado para a fun��o. Desde ent�o, Torquato, que antes ocupava a pasta da Transpar�ncia, tem sido figura frequente em reuni�es no Planalto e, nos bastidores, segundo fontes, ajuda tamb�m na estrat�gia jur�dica de Temer.