Bras�lia - Na sess�o do Conselho Superior do Minist�rio P�blico Federal, em 24 de abril, as diverg�ncias entre o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, e sua sucessora Raquel Dodge foram expostas. Ao pedir vista de uma resolu��o proposta por Raquel na reuni�o, Janot deixou claro que a subprocuradora era a principal advers�ria de seu grupo pol�tico na elei��o de dois meses depois.
Nos bastidores, a a��o da procuradora no caso espec�fico do limite de 10% para convoca��o de procuradores � vista como uma sinaliza��o aos colegas de institui��o para mostrar que se eleita n�o "governaria" apenas para seu grupo de amigos - cr�tica que sempre acompanhou Janot nos seus quatro anos de mandato pelo fato de ele ter criado um grupo de procuradores em seu gabinete que monopolizava a atua��o dos casos mais midi�ticos.
Janot apoiou o subprocurador Nicolao Dino, que ficou em primeiro lugar na lista tr�plice, mas n�o foi escolhido pelo presidente Michel Temer. Nos debates produzidos pela Associa��o Nacional de Procuradores da Rep�blica (ANPR) e em entrevista concedida � reportagem no in�cio da campanha, Raquel prometeu manter a Lava Jato intacta, com a possibilidade do aumento da equipe, defendeu as decis�es de Janot, como a de dar imunidade aos executivos da JBS, prometeu manter a estrutura de assessorias t�cnicas dentro do gabinete do PGR e definiu o enfrentamento � corrup��o como priorit�rio.
Escolhida pelo primeiro presidente da hist�ria do Brasil denunciado por corrup��o no exerc�cio do mandato, Raquel tem uma posi��o dura em rela��o a investiga��es contra chefes do Executivo. Al�m de ser favor�vel � investiga��o contra o presidente em casos de crime comum praticado no mandato, como � o caso atual de Temer, a nova PGR tamb�m defende que casos pret�ritos ao mandato sejam apurados - muito embora n�o possam ser denunciados, como prev� a Constitui��o.
Com esse posicionamento, Raquel, em tese, proporia que Temer fosse investigado pelos crimes pelos quais foi acusado na dela��o da Odebrecht e tamb�m pelos outros supostos delitos citados no acordo de colabora��o dos executivos da JBS. Na Odebrecht, Temer foi acusado de pedir US$ 40 milh�es em propina por um contrato da �rea de Internacional da Petrobras.