Bras�lia - A bancada do PSDB na C�mara dos Deputados vai liberar o voto dos 46 parlamentares da legenda na an�lise em plen�rio da admissibilidade da den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrup��o passiva.
"O PSDB est� dividido. Por isso, n�o h� como fechar quest�o. Eu tenho convic��o do meu voto pela admissibilidade da den�ncia contra o presidente. Ningu�m vai mudar minha convic��o", afirmou o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB).
Segundo o placar do jornal O Estado de S. Paulo, o PSDB contabiliza 15 votos a favor da admissibilidade da den�ncia, 3 contra e 3 indecisos - 28 parlamentares n�o responderam. O cen�rio para Temer tamb�m � desfavor�vel na Comiss�o de Constitui��o de Justi�a. Integrante do PSDB na comiss�o, o deputado Jutahy Junior (BA) declarou ontem voto pela aceita��o da den�ncia.
Com isso, a expectativa � de que o placar dos tucanos na CCJ seja de 6 votos a 1 contra o Planalto - s�o sete os membros do PSDB na colegiado. O �nico que deve ficar do lado de Temer e votar pelo n�o prosseguimento do pedido da PGR � o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), aliado do senador A�cio Neves (PSDB-MG). At� a divulga��o do voto de Jutahy Junior, as contas indicavam que o PSDB registraria 5 votos contra e 2 a favor de Temer.
Mesmo com sinais cada vez mais claros de que os tucanos votar�o majoritariamente contra o governo na C�mara, o Pal�cio do Planalto decidiu n�o fazer "movimentos bruscos" em rela��o � sigla. Segundo auxiliares de Temer, as quatro pastas comandadas pelo PSDB ser�o mantidas - Direitos Humanos, Cidades, Secretaria de Governo e Rela��es Exteriores.
Os tucanos deram ainda outros sinais de que a participa��o na gest�o Temer est� com os dias contados. Em evento no interior de S�o Paulo, o governador Geraldo Alckmin, que apoiava a perman�ncia do PSDB no governo, disse nesta ter�a-feira, 11, que o partido est� em busca de converg�ncia para deixar a base do peemedebista, pois "n�o precisa ter pessoas no governo".
"Apoio total a todos os projetos para a retomada do emprego e renda, mas cada vez vai ficando mais claro que n�o h� necessidade de o partido ter pessoas no governo, por mais gabaritadas que sejam, por mais preparadas que sejam para poder ajudar o Brasil e o povo brasileiro nesse momento dif�cil. Acho que (o PSDB) caminha para isso", afirmou o governador.
Discord�ncia
Aliado de Alckmin, o prefeito Jo�o Doria se posicionou de outra forma. Questionado sobre a declara��o do governador, Doria disse que a reuni�o dos tucanos em S�o Paulo, na segunda-feira, 10, no Pal�cio dos Bandeirantes, n�o deliberou sobre o rompimento com o governo Temer.
"Embora eu respeite evidentemente a posi��o do governador Geraldo Alckmin, a decis�o � continuar avaliando dia a dia as quest�es do governo Temer, compreendendo tamb�m a posi��o daqueles que s�o ministros de Estado", disse o prefeito. Ainda segundo Doria, o partido entende que haver� um afastamento "gradual" da gest�o para n�o prejudicar o Pa�s.
"Temos que compreender que a pol�tica econ�mica, liderada pelo ministro Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, vem produzindo at� aqui bons resultados, sobretudo diante das circunst�ncias pol�ticas do Pa�s. E � preciso preservar isso", afirmou o prefeito.
J� o governador do Paran�, Beto Richa, refor�ou ontem o coro dos que defendem o desembarque. Para ele, a propor��o de votos pela admissibilidade da den�ncia contra Temer deve se repetir no plen�rio da C�mara. "� ineg�vel que o n�mero de descontentes com o governo aumentou. E a situa��o do governo deteriorou-se."
FHC
Em entrevista ao programa Roberto D’�vila, da GloboNews, na noite desta ter�a-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a rela��o entre Temer e o PSDB fica "muito dif�cil" a partir do momento em que os deputados tucanos votarem pela aceita��o da den�ncia da PGR contra o presidente.