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Estado de Minas

Vit�ria de Temer ainda n�o confirma retomada das reformas, dizem analistas

Depois da vit�ria no plen�rio da C�mara, que ontem derrubou a continuidade da den�ncia de Janot, presidente faz discurso e diz acreditar nas mudan�as das regras previdenci�rias e tribut�rias


postado em 03/08/2017 09:02

Deputados durante a votação de ontem no plenário: sessão teve protesto contra o presidente no início, mas terminou com a confirmação da vitória do Planalto no início da noite(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Deputados durante a vota��o de ontem no plen�rio: sess�o teve protesto contra o presidente no in�cio, mas terminou com a confirma��o da vit�ria do Planalto no in�cio da noite (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

O governo escapou da den�ncia por corrup��o passiva contra o presidente Michel Temer e quer aproveitar os 263 votos favor�veis — foram 227 contra e duas absten��es, totalizando 492 deputados presentes — para voltar a sonhar com a aprova��o da reforma da Previd�ncia. O primeiro passo ser� reunificar o PSDB, legenda na qual 22 deputados defenderam Temer e 21 apoiaram a autoriza��o para que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigasse o peemedebista. O placar final da vota��o incluiu 10 ministros que se licenciaram e retornaram � C�mara para barrarem a den�ncia contra Temer feita pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR).
 
“A partir de agora, temos de esquecer a pol�tica pequena e nos concentrar em coisas que mudem a vida dos brasileiros, como a reforma da Previd�ncia, as mudan�as no sistema tribut�rio e outras medidas que aumentem o emprego e a renda das pessoas”, declarou o ministro da secretaria de governo, Ant�nio Imbassahy, que articulou durante a vota��o e sinalizou a possibilidade de o governo colocar a reforma tribut�ria na frente da previdenci�ria.

Antes do esc�ndalo da JBS, em maio, o governo acreditava ter cerca de 280 votos favor�veis �s mudan�as nas regras da aposentadoria. Queria pelo menos mais 50 apoiadores para ter uma margem m�nima de seguran�a. Agora, ter� de se esfor�ar muito mais para conseguir aprovar as novas regras para a aposentadoria. “Eles v�o dizer que v�o aprovar, mas n�o v�o. Essa reforma da Previd�ncia n�o passa aqui”, disse o l�der do PT na C�mara, Carlos Zarattini (SP). A oposi��o tamb�m comemorou os 227 votos obtidos.

Para especialistas, a vit�ria do presidente Michel Temer ainda n�o confirma a retomada das reformas no Congresso, uma vez que a margem de votos n�o foi muito grande. “� cedo para dizer que as reformas v�o avan�ar, porque a PGR promete enviar mais duas den�ncias. Tudo vai depender dos bambus e das flechas que Rodrigo Janot vai ter”, afirmou o cientista pol�tico e professor do Insper, Carlos Melo.

A economista Alessandra Ribeiro, s�cia da Tend�ncias Consultoria, tamb�m n�o demonstrou otimismo. Ela alertou que as chances de �xito ser�o maiores se a tramita��o for mais c�lere. “Se a agenda da reforma ficar para o final do ano e se depender de 2018, n�o ser� poss�vel, j� que � ano de elei��o”, destacou.

Na pr�tica, o Planalto s� ter� condi��es de conduzir medidas que n�o passariam pelo Congresso, como temas microecon�micos, melhoria de processos burocr�ticos e efici�ncia. “Al�m disso, vai come�ar a discuss�o tamb�m da reforma pol�tica, que precisa ser apreciada. � um tema que deve aparecer antes do final do ano, principalmente o debate sobre o financiamento de campanha”, disse.

Para Hugo Monteiro, analista de investimentos da BullMark, o mercado trabalha com a necessidade de a reforma da Previd�ncia ser aprovada, com Temer ou sem Temer. “A discuss�o da meta fiscal, que deve ser revista, apesar de n�o tirar a credibilidade da equipe econ�mica, porque a mudan�a � importante para controlar o crescimento do gasto p�blico”, destacou.

O professor de ci�ncia pol�tica do Instituto Universit�rio de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Geraldo Tadeu Monteiro avaliou o resultado como uma vit�ria de Pirro. “Em uma mat�ria dessa gravidade, de vida ou morte para o governo, ele conseguir um pouco mais que a maioria simples da C�mara. A gente vive agora a situa��o de um governo com uma base fr�gil e pouqu�ssimo apoio para tocar as reformas. O custo unit�rio do apoio de cada parlamentar vai ficar cada vez maior e o governo, mais dependente deles.”

Crise


Aliviado ap�s a vit�ria do governo, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu que est� na hora de “o Brasil olhar para a frente”. “Temos um pa�s que vive em crise profunda. Precisamos produzir, ver as reformas que ser�o vi�veis. Mudar a pol�tica e, claro, prestar aten��o na reforma tribut�ria.”

Ainda segundo Maia, embora o clima seja de otimismo, certas coisas precisam ser vistas e, para isso, ele declarou ter “certeza” do apoio do presidente. Uma das mudan�as envolve o apoio dos parlamentares na Casa. “� necess�rio reorganizar a base, claro. Fazer alian�as com o PSDB, que apoia as reformas, e buscar proximidade com o Executivo.”

Ao longo da crise, comentou-se que Maia teria trabalhado pela derrubada de Michel Temer. Se isso acontecesse, at� o fim do ano que vem, ele seria chefe do Executivo. “Eu n�o sou novo, mas sempre temos oportunidade de passar por momentos de aprendizado. E a gente aprende com erros e acertos. Ao longo desse processo, algumas pessoas no entorno do presidente agiram de maneira muito errada comigo, mas o tempo � capaz de curar tudo isso”, concluiu.


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