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Estado de Minas

Distrit�o, veja quem vai se beneficiar com a mudan�a do sistema eleitoral

Se aprovado, o sistema de eleger os mais votados pode favorecer as bancadas mais organizadas, como a religiosa e a ruralista, e comunicadores


postado em 18/08/2017 07:12

 

Bessa, da bancada da bala, aprova o distritão:
Bessa, da bancada da bala, aprova o distrit�o: "Seria importante pra mim e mais confort�vel, com certeza" (foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)

A ado��o do distrit�o, apresentada como destaque dentro da reforma pol�tica, vai fortalecer os grupos que representam interesses segmentados na C�mara dos Deputados.

As bancadas da B�blia, da Bala, do Boi e, em menor inst�ncia, os comunicadores de propagandas populares poder�o se multiplicar pelo plen�rio, tornando a Casa mais conservadora e o debate mais acirrado. “Por esse modelo, n�o ser�o eleitos parlamentares que t�m ideias, e sim aqueles que t�m atitude”, resumiu o diretor de documenta��o do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, Antonio Augusto de Queiroz.
 
Na C�mara, existem diversos parlamentares cujos interesses em comum formaram esp�cies de frentes, uma for�a de muitos em busca dos mesmos interesses. Hoje, as chamadas “BBBs” re�nem 290 deputados, mais da metade do total da Casa, hoje com 513 parlamentares ativos. O apelido � por causa das letras iniciais dos grupos, que agregam boi (bancada ruralista), bala (seguran�a p�blica) e B�blia (evang�licos).

Elas cresceram em influ�ncia ao longo da gest�o de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como presidente da C�mara. “No caso dos ruralistas, a quest�o � a for�a do dinheiro. Muitos deles gostariam de se candidatar, mas as legendas pequenas n�o passam pelo quociente eleitoral e, muitas vezes, eles n�o conseguem espa�o nos partidos mais tradicionais”, completou Queiroz.

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O deputado Nilson Leit�o (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecu�ria, acredita que o “distrit�o � uma travessia que precisa ser feita para melhorar o pa�s, mas n�o do jeito que se est� discutindo agora”. “Nesse modelo, � p�ssimo”, afirmou. Apesar de ter sido o mais votado de Mato Grosso para a C�mara em 2014, ele discorda do enfraquecimento dos partidos. “Eu n�o concordo com isso de fortalecer o candidato. Precisamos � equalizar tudo, dar as mesmas chances para aquele cara que tem boas ideias, mas n�o tem dinheiro nem � conhecido, tentar se eleger”, explicou.

Com o crescimento do sentimento de inseguran�a no pa�s e a ado��o de medidas extremas como o envio do Ex�rcito para combater a viol�ncia no Rio, a bancada da bala tamb�m aposta que colher� frutos no pr�ximo pleito caso o distrit�o seja aprovado.  O PR, partido do qual o deputado Laerte Bessa (DF) faz parte, � contra o novo modelo.

Para o parlamentar, que conta com o apoio da Pol�cia Civil do DF — institui��o que comandou antes de entrar para a pol�tica —, a implementa��o da medida traria mais conforto na hora de contar os votos. “A pol�cia � minha fam�lia, conto com o apoio deles e � por isso que estou aqui hoje. Se colocarem a ideia de fortalecer o deputado em vez do partido, tamb�m fico bem. Acredito que seria importante pra mim e mais confort�vel, com certeza”, contou.  “Se o distrit�o andar, eu acho que a bancada da bala tem for�a para colocar dois deputados distritais e dois federais para dentro no pr�ximo pleito”, afirmou o delegado licenciado.

Na avalia��o do professor Ant�nio Celso Alves Pereira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o distrit�o, do jeito que est� sendo discutido hoje, vai acabar se tornando uma arma pol�tica para a bancada da f�. “Temos muitas igrejas no pa�s e um punhado de bispos com fi�is que podem se tornar, tamb�m, seus eleitores. � claro que isso tem import�ncia e � algo que deveria ter sido previsto antes”, disse.

Uma bancada influente no Congresso, mas que acha que n�o ter� seu destino mudado, � a Frente Parlamentar da Sa�de. Uma das coordenadoras da bancada, que tem 100 parlamentares atuantes, Carmen Zanotto (PPS-SC) explica que o grupo consegue se unir na defesa das pautas em plen�rio. “Na hora da elei��o, contudo, n�o nos comportamos como outras bancadas tem�ticas”, reconheceu.

Grupos de press�o

Confira o tamanho de cada bancada na C�mara


 » Bancada da bala
Conta com 150 parlamentares na C�mara, entre ex-policiais, militares licenciados e empres�rios envolvidos com a ind�stria de armas. Apenas no DF,
os parlamentares podem ter o apoio de quase 300 mil pessoas, n�mero que corresponde � quantidade de integrantes da seguran�a p�blica, estimada pela pasta em 2016.

 » Bancada religiosa

Aproximadamente 70 deputados, a maioria deles representantes ou apoiadores de igrejas evang�licas, comp�em a bancada da B�blia. Nos �ltimos 10 anos, segundo o IBGE, a popula��o evang�lica aumentou mais de 60%.

 » Bancada ruralista

Outros 70 parlamentares unem for�as para tentar resolver quest�es fundi�rias, especialmente na �rea rural. Esse segmento re�ne um PIB de R$ 162 bilh�es, conforme o IBGE. Ainda assim, como h� muita terra para pouco coronel, o ideal para ajudar a bancada ruralista seria a libera��o do financiamento de campanha privado, e n�o o distrit�o.

 » Bancada da sa�de

Aproximadamente 100 deputados fazem parte do grupo que defende a sa�de p�blica, estatal e gratuita; interesses privados com fins lucrativos; e as santas casas, que fazem filantropia. O aumento de verbas para o setor � o maior dos interesses dos parlamentares. Existem cerca de 430 mil m�dicos no pa�s, o que significa dois profissionais a cada mil habitantes, segundo o Conselho Federal de Medicina.


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