(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Vaccarezza pegou propina de US$ 500 mil, acusa Lava-Jato

Segundo o Minist�rio P�blico Federal, no Paran�, Vaccarezza, l�der do PT na C�mara entre janeiro de 2010 e mar�o de 2012, usou a "influ�ncia decorrente do cargo"


postado em 18/08/2017 10:49 / atualizado em 18/08/2017 11:01

S�o Paulo - O ex-deputado federal C�ndido Vaccarezza, preso pela Opera��o Lava-Jato nesta sexta-feira, 18, � investigado pelo recebimento de cerca de US$ 500 mil em propina.

Segundo o Minist�rio P�blico Federal, no Paran�, Vaccarezza, l�der do PT na C�mara entre janeiro de 2010 e mar�o de 2012, usou a "influ�ncia decorrente do cargo" em favor da contrata��o da empresa norte-americana Sargeant Marine pela Petrobras, o que culminou na celebra��o de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milh�es. As informa��es foram divulgadas pela Procuradoria da Rep�blica.

A empresa fazia fornecimento de asfalto para a estatal e foi citada na dela��o do ex-diretor de Abastecimento da companhia Paulo Roberto Costa. A for�a-tarefa da Lava-Jato aponta que foram colhidas provas adicionais a partir de buscas e apreens�es da 1ª e da 16ª fases da opera��o Lava-Jato - al�m de resultados de quebra de sigilo banc�rio, fiscal e telem�tico e de pedidos de coopera��o internacional.

"Entre as provas que corroboraram o relato do colaborador est�o, por exemplo, documentos que comprovam o pagamento de propinas mediante transfer�ncias banc�rias no exterior, anota��es de agendas e arquivos apreendidos em fases anteriores da Opera��o Lava-Jato que descrevem a divis�o de comiss�es resultantes do neg�cio dentre operadores, funcion�rios da Petrobras e pol�ticos", afirma a for�a-tarefa.

A Lava-Jato indica que a atua��o de Vaccarezza "ocorreu no contexto do esquema pol�tico-partid�rio que drenou a Petrobras, agindo em nome do Partido dos Trabalhadores".

"Na divis�o de valores das propinas, h� documentos indicando seu direcionamento tanto para a 'casa' (funcion�rios da Petrobras) como para o 'PT'. Os valores ent�o devidos ao partido, totalizando propinas de pelo menos cerca de US$ 500 mil, foram destinados em grande parte a Vaccarezza, sendo poss�vel que a investiga��o venha a revelar outros destinat�rios das vantagens il�citas", destaca a for�a-tarefa.

O Minist�rio P�blico Federal afirma que "as provas indicam ainda que tamb�m foram beneficiados pelo pagamento de propina o diretor de Abastecimento da petrol�fera, Paulo Roberto Costa, e outros dois gerentes da Petrobras com pris�o tempor�ria decretada nesta fase da opera��o". Foi tamb�m decretada a pris�o tempor�ria do representante da Sargeant Marine no Brasil. S�o investigados os crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e associa��o criminosa.

Tamb�m foi apurado o envolvimento do ent�o deputado Federal C�ndido Vaccarezza em esquema criminoso que beneficiaria a empresa Quimbra na comercializa��o de tolueno, mediante poss�vel recebimento de vantagens indevidas e fornecimento de informa��es confidenciais da petrol�fera para o grupo empresarial.

Nesta sexta-feira, a PF deflagrou a opera��o que mira em Vaccarezza e tamb�m outra fase da Lava-Jato que investiga facilita��o da contrata��o de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de vantagens indevidas.

A investiga��o envolvendo os armadores gregos teve in�cio a partir de relato do ex-diretor Paulo Roberto Costa em seu acordo de colabora��o premiada, e se desenvolveu com a an�lise de materiais apreendidos na 13ª fase da opera��o, al�m de provas obtidas mediante a realiza��o de quebras de sigilo banc�rio, fiscal, de dados telem�ticos e registros telef�nicos, al�m de coopera��o jur�dica internacional.

As apura��es permitiram concluir que o ent�o diretor de Abastecimento ajustou com o c�nsul honor�rio da Gr�cia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um esquema de facilita��o de contrata��o de navios gregos, mediante o fornecimento de informa��es privilegiadas e o pagamento de propinas.

Esse esquema era efetivado, num primeiro momento (2008 a 2010), pela intermedia��o do operador Henry Hoyer de Carvalho, que j� havia sido alvo da 13ª fase da Lava-Jato, e, posteriormente, por interm�dio de uma empresa constitu�da na Inglaterra e pertencente a Georgios Kotronakis, filho de Konstantinos.

Dessa forma, os grupos Tsakos e Aegean, dos quais Konstantinos Kotronakis �, respectivamente, diretor e s�cio administrador, al�m das empresas Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas, com as quais o c�nsul grego ostenta v�nculos indiretos, formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras, entre os anos de 2009 a 2013, em valores que superam US$ 500 milh�es.

Ao menos 2% desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcion�rios p�blicos corrompidos, operadores financeiros e agentes pol�ticos. H� provas de que o pagamento das vantagens indevidas era operacionalizado mediante dep�sitos em contas offshores controladas por Konstantinos Kotronakis, Georgio Kotronakis, Henry Hoyer de Carvalho, Humberto Mesquita e Paulo Roberto Costa.

No mesmo contexto, foram colhidos fortes ind�cios do envolvimento de um ex-gerente da Petrobras ligado � �rea de afretamento de navios, no esquema de corrup��o que visava favorecer armadores gregos. Tamb�m foi poss�vel verificar o recebimento de vantagens indevidas, em benef�cio dele, em contas ocultas no exterior, titularizadas por empresas offshores registradas em nome de terceiros.

H�, ainda, evid�ncias concretas de que esse ex-gerente tamb�m beneficiou as empresas Olympic Agencies e Perosea Shipping Co em contratos com a Petrobras.

Segundo a procuradora da Rep�blica Jerusa Burmann Viecili, "as novas fases da Lava-Jato revelam que a regra do jogo, no �mbito da petrol�fera brasileira, era beneficiar as empresas que pagassem propinas, fossem nacionais ou mesmo estrangeiras. A Lava-Jato buscar� responsabilizar todas elas, ainda que seja necess�rio ir al�m-mar pelas pontes da coopera��o internacional".

O procurador da Rep�blica Athayde Ribeiro Costa afirma que "estas novas opera��es deixam um recado claro: empresas estrangeiras n�o ser�o poupadas na Lava-Jato. Muitas multinacionais t�m tradi��o de cooperar com as investiga��es, mas � uma vergonha que v�rias delas n�o tenham atuado proativamente para investigar os fatos e contribuir com a Justi�a brasileira. Talvez n�o tenham percebido que o hist�rico de impunidade brasileiro n�o tem se aplicado � Lava-Jato."

J� o procurador Paulo Roberto Galv�o chama a aten��o para o fato de que "nem todos os frutos das colabora��es premiadas amadurecem r�pido. Note-se que a colabora��o nestes casos aconteceu h� mais de dois anos e s� agora est� sendo feita uma opera��o, porque h� um prazo natural de matura��o das investiga��es".

A Lava-Jato revelou in�meros casos que tinham em comum o fato de que pol�ticos filiados a partidos receberam propinas milion�rias. Em geral, os recursos foram usados para amealhar fortunas pessoais e financiar campanhas eleitorais.

Por isso, a for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal no Paran� exprime o reconhecimento da necessidade de uma reforma pol�tica que barateie campanhas e desencoraje rela��es prom�scuas entre parlamentares e empresas.

Defesa


O advogado Marcellus Ferreira Pinto, que defende C�ndido Vaccarezza, informou que vai se manifestar quando tiver acesso aos autos da investiga��o da Pol�cia Federal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)