Em dez minutos de programa, o PSDB faz uma autocr�tica por ter "aceitado o fisiologismo" e define Temer como um presidente que "enfrenta dificuldade de governar e unir o Pa�s". A pe�a tamb�m defende a ado��o do parlamentarismo no Brasil, bandeira do partido.
"O presidencialismo de coopta��o que vigora no Brasil faliu, tendo gerado crises sucessivas e muita instabilidade pol�tica", diz um locutor, sem citar que ministros do partido negociaram emendas parlamentares em troca de votos de deputados a favor da rejei��o da den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) contra Temer.
Nenhum pol�tico aparece no programa, encomendado pelo presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). A linha foi definida por ele sem consultar a executiva nacional. Tasso n�o foi localizado ontem.
'Desconfort�vel'
Logo ap�s a veicula��o do programa, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do PSDB da Bahia, divulgou nota na qual afirma que a pe�a "ofende fortemente" o partido. Segundo ele, o programa "apresenta coloca��es rasas, gen�ricas, e n�o teve a coragem de apontar os culpados pelos v�cios e mazelas que o programa condenou".
"A linha adotada no programa partid�rio ofende fortemente o PSDB, colocando o partido numa posi��o extremamente ruim e desconfort�vel, como se fosse o culpado por todos os problemas, inclusive aqueles criados por governos do PT, dos quais foi oposi��o", escreveu o ministro.
Aloysio Nunes Ferreira, ministro tucano das Rela��es Exteriores, fez 38 publica��es em sua conta no Twitter nas quais critica o conte�do do v�deo. Segundo ele, o programa � "um monumento � in�pcia publicit�ria" e "a express�o de uma confus�o pol�tica digna de figurar numa antologia do g�nero". "Em suma, esse programa n�o me representa. N�o participei de sua concep��o e em nenhum momento minha opini�o foi demandada", escreveu.
O ministro das Cidades, Bruno Ara�jo (PSDB-PE), tamb�m divulgou nota na qual rebate as cr�ticas de fisiologismo, afirmando que os parlamentares do partido t�m votado "em ideias em que acreditam". Para Ara�jo, a pe�a n�o � justa com a hist�ria do partido. "O programa n�o me representa."
Segundo um interlocutor de Temer, o PSDB n�o poderia ter feito cr�ticas ao governo porque comanda quatro minist�rios importantes - � do partido tamb�m a pasta de Direitos Humanos. Ele sugeriu ainda que a pe�a d� for�a ao discurso do Centr�o - grupo de cerca de 150 deputados de partidos como PP, PR e PSD - que quer comandar o Minist�rio das Cidades.