Servidores estaduais do Rio de Janeiro n�o recebem os sal�rios integralmente h� meses - no meio de agosto, ainda h� quem n�o tenha recebido todo o sal�rio de junho. A Universidade do Estado do Rio (Uerj) suspendeu as aulas por falta de recursos e n�o tem previs�o de retomada. Os policiais n�o receberam horas extras, e os hospitais sofrem por falta de insumos b�sicos. Mas s� neste ano a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) j� gastou R$ 25 milh�es na reforma do Edif�cio Lucio Costa, onde passar� ser sediada.
A Casa tamb�m reforma sua atual sede, um pr�dio dos anos 20 que abrigou a C�mara dos Deputados at� a mudan�a da capital para Bras�lia, em 1960, e virar� centro cultural. Essa obra custar� mais R$ 19,4 milh�es.
Atualmente, al�m do Pal�cio Tiradentes, onde fica o plen�rio, o Legislativo estadual tem o pr�dio anexo destinado aos gabinetes dos deputados e um edif�cio na Rua da Alf�ndega. Esse, onde ficam os departamentos administrativos da Alerj, ser� repassado ao governo estadual, como pagamento pelo Edif�cio Lucio Costa.
A decis�o de gastar dinheiro com a nova sede para a Alerj, foi tomada em outra �poca. Seu padrinho foi o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), que, em meio �s obras de reforma da zona portu�ria, come�ou a se opor ao edif�cio destinado aos escrit�rios dos parlamentares.
O ent�o prefeito achava o pr�dio quadrado e espelhado, de seis andares, n�o combinava com a nova paisagem, vislumbrada ap�s a derrubada da Perimetral. Com fachadas de m�rmore e sem estilo definido, o edif�cio fica atr�s do imponente Pal�cio Tiradentes e perto de constru��es antigas, como o Pa�o Imperial, e a poucos metros do mar.
O edif�cio escolhido tamb�m � conhecido como "Banerj�o". Foi erguido nos anos 60 e pertencia ao Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), privatizado h� duas d�cadas. Uma equipe de engenheiros avaliou a constru��o de 22 mil metros quadrados de �rea utiliz�vel, 32 andares e tr�s subsolos. Uma reforma seria inevit�vel, devido a problemas estruturais.
O gasto inicial da reforma j� era alto: R$ 139,5 milh�es. Pouco depois, a obra foi reajustada em R$ 8,9 milh�es e passou para R$ 148,4 milh�es. Al�m disso, teriam de ser gastos mais R$ 4,057 milh�es "em assist�ncia t�cnica de fiscaliza��o das obras", n�o inclu�das no or�amento inicial. Isso elevaria o custo para mais de R$ 152 milh�es.
A Assembleia informou que as obras s�o financiada com recursos do Fundo Especial do Legislativo, "fruto de oito anos de economias feitas pela Casa". Questionada se esse seria o momento apropriado para fazer as obras, a Assembleia respondeu que "est� com as contas em ordem, gra�as a ajustes feitos no in�cio dessa legislatura". Afirmou ainda que "tamb�m tem feito a sua parte para ajudar a combater a grave crise que atinge o Rio".