
S�o Paulo - O ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que, se fosse fazer um ju�zo pol�tico do presidente Michel Temer (PMDB), sua opini�o seria "severa". Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, exibida na TV Globo na madrugada desta quarta-feira (23), o magistrado criticou o peemedebista por escolher o deputado Jos� Mendon�a Filho (DEM) como ministro da Educa��o.
"O Michel Temer � um jurista que escreve com clareza, domina os conceitos e certamente pode ser qualificado como um constitucionalista", disse Barroso, ao ser provocado para comentar sobre as caracter�sticas de Temer como jurista. "Esse � um ju�zo t�cnico, n�o � um ju�zo pol�tico. O ju�zo pol�tico eu n�o posso fazer, mas talvez fosse mais severo", completou.
Ao defender um programa de educa��o de qualidade no Pa�s, o ministro do STF afirmou que Temer deveria ter sido t�o cuidadoso na escolha do ministro da Educa��o quanto foi na defini��o de nomes para a equipe econ�mica ao assumir o poder. Para Barroso, o governo fez um grande debate para escolher o ministro da Fazenda e os presidentes do Banco Central e do BNDES, mas n�o fez a mesma coisa com a Educa��o.
"A Educa��o entrou no racha pol�tico geral, ficou com o DEM. N�o � nada pessoal contra a pessoa f�sica cordial e distinta que l� est� o ministro Mendon�a Filho, mas era preciso tratar a educa��o da mesma forma que a gente trata a economia", afirmou.
Gilmar Mendes
Na entrevista, o ministro Barroso tamb�m fez declara��es que atingem Gilmar Mendes, seu colega no Supremo que � alvo de um pedido de suspei��o por relatar dois Habeas Corpus do empres�rio Jacob Barata Filho. Mendes foi padrinho de casamento da filha do empres�rio.
Ao ser questionado se aceitaria julgar o caso se estivesse nas mesmas condi��es, Barroso afirmou que evita comentar decis�es de colegas. "Mas a resposta, se voc� estiver perguntando a mim, � n�o. N�o julgaria."
Abafa
O ministro afirmou ainda que a Opera��o Lava Jato � "v�tima de uma imensa opera��o abafa" por pessoas que t�m aliados "nos altos escal�es dos poderes da Rep�blica". "H� espa�os na vida brasileira em que h� um pacto: voc� salva os meus que eu salvo os seus", disse o ministro, sem citar nomes.
Ele elogiou o trabalho do juiz federal S�rgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PT), mas apontou que o s�mbolo de "her�is" que receberam � prejudicial. "O juiz S�rgio Moro � o her�i da Lava Jato. Mas, se voc� precisa de her�is, � sinal que as institui��es n�o est�o cumprindo seu papel", declarou.
Barroso apontou que h� uma tentativa de "jovens idealistas" de transformarem o Pa�s a partir do Judici�rio e do Minist�rio P�blico. "Embora esse papel muitas vezes seja positivo, frequentemente �, o Judici�rio pode at� um certo limite. A partir de um determinado ponto, a vida � feita de escolhas pol�ticas, e escolhas pol�ticas quem tem que fazer � o Parlamento", finalizou.
