Bras�lia, 10 - A Odebrecht entregou nesta semana as chaves de acesso para permitir � Pol�cia Federal (PF) o acesso ao notebook do herdeiro e ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. Preso desde junho de 2015, o executivo alegava que a senha era gerada por dispositivo eletr�nico - token - que ele n�o sabia onde estava.
Os investigadores conseguiram obter uma s�rie de informa��es relevantes para a Opera��o Lava Jato quando apreenderam o celular de Marcelo. A expectativa � de que os dados do seu notebook, no m�nimo, reforcem o que foi dito pelo empreiteiro ou revelem informa��es a mais. O laptop � considerado uma importante fonte de informa��o, pois cont�m e-mails e planilhas do empres�rio.
Delegados pressionaram a empresa com amea�a de que poderiam indicar ao MPF a necessidade da revis�o do acordo de dela��o caso o acesso ao equipamento n�o fosse liberado.
Para mostrar que est� empenhada em colaborar com as investiga��es e manter o acordo de dela��o e leni�ncia acertados, a Odebrecht decidiu enviar t�cnicos de inform�tica para Curitiba, para fornecer o programa e as chaves de acesso que possibilitaram que a Pol�cia Federal acessasse o computador.
Impasse
Em agosto desse ano, a empresa foi cobrada pelas senhas. O Minist�rio P�blico Federal (MPF) pediu que Marcelo fosse intimado para entregar as senhas. Ao ser chamado, o executivo disse � PF que o token gerador dos c�digos havia sido entregue a advogados da empresa, mas n�o foi achado. Marcelo alegava que chegou a pedir a seus advogados que encontrassem o token na �poca da negocia��o da dela��o, mas n�o conseguiu o equipamento.
A delegada Renata da Silva Rodrigues, em despacho de 7 de agosto, apontou que, se forem verdadeiras as informa��es prestadas por Marcelo, h� “aus�ncia de interesse de agir de forma cooperativa” por parte da empresa e, “em tom mais grave, sugere a atua��o de personagens com objetivo de obstruir as investiga��es”.
Expondo mais uma diverg�ncia com o Minist�rio P�blico, a delegada considerou “preocupante” que as senhas n�o tenham sido exigidas como condi��o para fechar os acordos de dela��o do empres�rio e de leni�ncia da Odebrecht.
Em nota, a Odebrecht informou que “continua colaborando com a Justi�a no Brasil e nos pa�ses em que atua. Est� empenhada em ajudar a esclarecer qualquer d�vida sobre os relatos apresentados por seus executivos e ex-executivos”. “O acordo de colabora��o da Odebrecht j� se provou eficaz, inclusive com desdobramento em novas investiga��es e processos judiciais no Brasil e no exterior.”
(beatriz bulla e ricardo brandt)