
Com o caldeir�o de acusa��es fervilhando por causa das dela��es e depoimentos � Opera��o Lava-Jato, a ter�a-feira teve cara de combate de MMA em Bras�lia. Nomes cacifados das principais institui��es do pa�s trocaram declara��es “peso-pesado” para tentar permanecer de p� no ringue do poder.
Um dia depois de ter seu nome citado pela Pol�cia Federal (PF) no inqu�rito do “quadrilh�o” do PMDB, o pr�prio presidente da Rep�blica, Michel Temer, partiu para o ataque com as cr�ticas mais contundentes desde que foi acusado de envolvimento com o empres�rio Joesley Batista. Ele afirmou que no pa�s “cada um quer derrubar o outro, cada um quer derrotar o outro, cada um quer encontrar um caminho para verificar como � que atrapalha o outro. E n�o conseguem”, afirmou.
As declara��es de Temer t�m tamb�m como pano de fundo a espera de uma eventual segunda den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), por organiza��o criminosa e obstru��o da Justi�a. No Supremo Tribunal Federal, o ministro Lu�s Roberto Barroso autorizou a abertura pela PGR de inqu�rito para investigar Temer, suspeito de corrup��o e lavagem de dinheiro envolvendo decreto dos portos.
Enquanto isso, em seus �ltimos dias como procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot tamb�m garantiu seu lugar no p�dio das alfinetadas e disse que, quando v�rias institui��es se unem no combate � corrup��o, “muitas pernas tremem”. A rea��o � contra as cr�ticas que sofre por causa da reviravolta na dela��o da JBS. Segundo Janot, as acusa��es fazem parte da “estrat�gia da defesa”. “Como n�o h� escusas para os fatos que vieram � tona, tanto s�o os fatos e escancarados, que a estrat�gia de defesa tem sido tentar desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate � corrup��o”, disse.
ALFINETADAS NO SUPREMO
Os ministros do STF tamb�m entraram no ringue das l�nguas afiadas. Relator da Opera��o Lava-Jato na corte, Edson Fachin rebateu declara��es do colega Gilmar Mendes ao dizer que sua “alma est� em paz”, em refer�ncia � homologa��o da dela��o de Joesley Batista e outros executivos da JBS. O Minist�rio P�blico Federal (MPF) est� revisando o conte�do dos depoimentos, por suspeitar que os executivos tenham omitido informa��es das autoridades.
Numa cr�tica a Fachin, Gilmar Mendes disse que o caso JBS � uma “grande vexame” para a Corte e que o colega deve estar passando por “constrangimento pessoal muito grande” e corria o risco de ter o nome manchado. “Julgar de acordo com a prova dos autos n�o deve constranger ningu�m, muito menos um ministro da Suprema Corte”, rebateu Edson Fachin.
O embate entre os dois ministros ocorreu pela manh�, durante julgamento da Segunda Turma do STF sobre den�ncia apresentada pela PGR contra o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-executivo da Petrobras Djalma Rodrigues de Souza pela suposta pr�tica dos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.
Na v�spera de o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva prestar o segundo depoimento ao juiz S�rgio Moro, respons�vel pela Lava-Jato, quem saiu em defesa do petista foi o governador Fernando Pimentel (PT), em cerim�nia de entrega da Medalha JK, em Diamantina. Sem citar o nome de Lula, Pimentel lembrou que Juscelino chegou a ser chamado de “o presidente mais corrupto do Brasil” e que ele enfrentou v�rios processos e acusa��es, saindo livre de todos.
O ex-presidente Lula � acusado de ser dono de um triplex no Guaruj�, que teria sido dado a ele pela construtora OAS, uma das empresas acusadas e denunciadas na Lava-Jato. De acordo com Pimentel, ningu�m se lembra de quem empreendeu uma “persegui��o maldosa” a JK, enquanto Juscelino, 115 anos depois de seu nascimento, continua sendo reverenciado e servindo de inspira��o para quem atua na vida p�blica.