
O comando do Ex�rcito brasileiro n�o dever� punir o general Antonio Hamilton Mour�o. Na sexta-feira passada (15) em uma palestra promovida pela ma�onaria, em Bras�lia, o general disse que "seus companheiros do Alto Comando do Ex�rcito" entendiam que uma interven��o militar poderia ser adotada, caso o Poder Judici�rio n�o solucionasse o problema pol�tico do Pa�s, envolto em um mar de lama de corrup��o.
Na ter�a-feira, 19, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, o comandante do Ex�rcito brasileiro, general Eduardo Villas B�as, minimizou as declara��es de Mour�o e disse que ele n�o ser� punido, sob argumento de que � necess�rio contextualizar a fala dele, que se deu em um ambiente fechado, ap�s ter sido provocado. "Ele (Mour�o)n�o fala pelo Alto Comando, quem fala pelo Alto Comando e pelo Ex�rcito sou eu", emendou.
Na entrevista, Villas B�as diz que "ditadura nunca � melhor" e que � preciso entender o momento na circunst�ncia em que ele ocorreu, com Guerra Fria e polariza��o ideol�gica. Hoje, diz o general, o Pa�s tem institui��es amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser tutelada.
Ainda sobre o general Mour�o, o comandante do Ex�rcito brasileiro diz que ele � "um grande soldado, uma figura fant�stica, um gauch�o." E disse que ele inicia a fala que deu toda essa repercuss�o dizendo que segue as diretrizes do comandante. "E nossa atua��o desde o in�cio das crises, do impeachment, era promover a estabilidade, pautar sempre pela legalidade, e preservar a legitimidade que o Ex�rcito tem." E frisou que j� conversou com o general "para colocar as coisas no lugar", mas sem puni��o.
Na segunda-feira, 18, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, convocou Villas B�as para pedir explica��es ap�s a repercuss�o negativa das declara��es do general. No final de semana, ap�s tomar conhecimento das declara��es, Jungmann relatou o fato ao presidente Michel Temer, dizendo que tinha deixado nas m�os do comandante do Ex�rcito a decis�o sobre como conduzir o caso.
Em outubro de 2015, Mour�o j� havia protagonizado outro epis�dio pol�mico, ao criticar o governo e a ent�o presidente Dilma Rousseff. Na ocasi�o, ele perdeu o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finan�as, um cargo burocr�tico. Pelo Regulamento Disciplinar do Ex�rcito, Mour�o poderia ser punido por dar declara��es de cunho pol�tico, sem autoriza��o de seu superior hier�rquico.