
Bras�lia – A Comiss�o de Direitos Humanos do Senado aprovou nessa quarta-feira (20), um convite ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos sobre as declara��es do secret�rio de Economia e Finan�as do Ex�rcito, general Ant�nio Hamilton Mour�o, sobre uma suposta interven��o militar no pa�s.
Em palestra na semana passada, que foi filmada e realizada na Loja Ma��nica Grande Oriente, em Bras�lia, Mour�o afirmou que os "companheiros do alto-comando do Ex�rcito" entendem que uma "interven��o militar" poder� ser adotada se o Judici�rio "n�o solucionar o problema pol�tico".
A convoca��o do ministro foi requisitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas transformada em convite na reuni�o do colegiado na manh� dessa quarta-feira. A transforma��o da convoca��o em convite foi uma sugest�o do senador S�rgio Petec�o (PSD-AC).
"Conhe�o Jungmann j� h� muito tempo e tenho certeza que ele vir�", disse o senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da comiss�o.
Sem puni��o
Na ter�a-feira, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, o comandante do Ex�rcito brasileiro, general Eduardo Villas B�as, minimizou as declara��es de Mour�o e disse que ele n�o ser� punido, sob argumento de que � necess�rio contextualizar a fala dele, que se deu em um ambiente fechado, ap�s ter sido provocado. "Ele (Mour�o) n�o fala pelo alto-comando, quem fala pelo alto-comando e pelo Ex�rcito sou eu", afirmou Villas B�as.No pedido, Randolfe critica a "absurda e inquietante omiss�o do governo, em rela��o a essa afronta direta � Constitui��o e � democracia". "De fato, n�o ouve not�cia, at� o presente momento, de quaisquer rea��es do ministro da Defesa e do presidente da Rep�blica, no que tange a essa grave amea�a �s institui��es democr�ticas brasileiras", diz o senador.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na segunda-feira, Mour�o afirmou que n�o estava "insuflando nada" ou "pregando interven��o militar" e que a interpreta��o das palavras dele "� livre". Ele afirmou ainda que na palestra falava no pr�prio nome, n�o no do Ex�rcito.
Oficiais-generais ouvidos pelo Estado haviam criticado a fala de Mour�o, considerada "desnecess�ria".
Na entrevista a Bial, Villas B�as disse que "ditadura nunca � melhor" e que � preciso entender que o regime militar (1964-1985) ocorreu em um momento com Guerra Fria e polariza��o ideol�gica. Hoje, segundo ele, o Pa�s tem institui��es amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser tutelada.
Ainda sobre Mour�o, Villas B�as disse que ele � "um grande soldado, uma figura fant�stica, um gauch�o."