
Bras�lia – Depois de desistir na semana passada de fazer pronunciamento para rebater a segunda den�ncia do ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer, que completa 77 anos hoje, gravou v�deo ontem e o divulgou nas redes sociais. Ele diz que h� uma “marcha da insensatez” contra ele e que tem certeza de que conseguir� arquivar na C�mara a acusa��o de fazer parte de uma organiza��o criminosa e obstruir a Justi�a. Sem citar nomes, Temer critica os executivos da JBS e diz que “h� ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha dela��o induzida”.
“A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfar�”, disse. “Tenho convic��o absoluta de que a C�mara dos Deputados encerrar� esses �ltimos epis�dios de uma triste p�gina de nossa hist�ria, em que mentiras e inverdades induziram a m�dia e as redes sociais nestes �ltimos dias. A incoer�ncia e a falsidade foram armas do cotidiano para o exterm�nio de reputa��es”, completou.
Temer diz ainda que lan�aram contra ele “ila��es, provas forjadas, den�ncias ineptas” e que elas foram produzidas “em conluios com malfeitores” e que vai continuar governando o pa�s at� janeiro de 2019. “Diante dos ataques que se renovam, quero expressar minha indigna��o e manifestar minha profunda revolta com a leviandade dos que deveriam agir com sobriedade. Tenho orgulho de estar presidente da Rep�blica pelo que pude fazer at� agora. Em resumo, retirei o pa�s da recess�o mais grave de toda sua hist�ria em pouco mais de ano e quatro meses de governo. Farei muito mais at� janeiro de 2019”, afirma.
Segundo o presidente, o princ�pio b�sico da inoc�ncia foi subvertido: “Agora todos s�o culpados at� que provem o contr�rio”. “E nem provas concretas bastam para repor a verdade. A marca indel�vel da desonra ficar� em muitos inocentes que foram atingidos. Luto e lutarei contra qualquer pecha que tentem me colocar neste sentido”, rebateu.
Temer diz ainda que tudo que ele afirmou desde o in�cio dos processos da den�ncia e dos ataques que vem sofrendo se confirmou, mas que ainda � preciso esclarecer alguns pontos apresentados pelos delatores. “Apontei as reais inten��es dos delatores; denunciei a manipula��o de mercado que lhes deu ganho de milh�es; critiquei o perd�o amplo que obtiveram. Cobrei, ainda, o inexplic�vel envolvimento de integrantes do gabinete do ex-procurador-geral da Rep�blica, que depois, certamente, foram ganhar dinheiro das empresas dos delatores; relatei que a dela��o e a grava��o come�aram muito antes dos relatos oficiais. H� ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha dela��o induzida”, disse.
O presidente diz ainda que a revela��o de �udios novos depois do acordo de dela��o ter sido fechado mostra que havia uma tentativa de conspira��o contra ele. “Gra�as aos �udios que tentaram esconder, mas que vieram a p�blico acidentalmente, sabe-se que, contra mim, armou-se conspira��o de m�ltiplos prop�sitos. Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus in�meros delitos”, disse. Segundo o presidente, queriam parar o pa�s, mas ele tem a “convic��o de que os parlamentares submeter�o essa �ltima den�ncia aos crit�rios t�cnicos e legais, e � verdade dos fatos” “Uma an�lise cr�tica e desapaixonada provar� os abusos dos que conspiraram contra a Presid�ncia da Rep�blica e o Brasil”, disse.
NOVO ADVOGADO
O criminalista Eduardo Pizarro Carnel�s � o novo defensor de Michel Temer. Ele foi indicado pelo advogado Ant�nio Cl�udio Mariz de Oliveira, que renunciou � defesa do presidente alegando “conflito �tico” porque j� defendeu o doleiro L�cio Funaro – delator que imputa ao peemedebista envolvimento em esquemas de corrup��o e enriquecimento il�cito. Ontem, Temer se reuniu com Mariz no escrit�rio do criminalista, que ocupa andar inteiro de um pr�dio da Avenida Paulista esquina com a Alameda Campinas. Carnel�s estava presente.
Carnel�s � titular de uma banca de advocacia na capital paulista Ele j� advogou para o senador Jos� Serra (PSDB). Ainda um jovem advogado – mas j� dono de um estilo aguerrido e sem meias-palavras –, em 1990 ele denunciou o caso Lubeca, esc�ndalo que marcou a administra��o Luiza Erundina (ent�o no PT) na Prefeitura de S�o Paulo (1989/1992). Na ocasi�o, Carnel�s integrava a Secretaria dos Neg�cios Jur�dicos de Erundina, sob comando do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh que acumulava o cargo de vice-prefeito. O novo advogado de Temer foi presidente da Associa��o dos Advogados de S�o Paulo (AASP), mas em 2002 renunciou alegando que era alvo de “conspira��o” para n�o leva-lo � recondu��o ao cargo.