O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa defendeu a ado��o de candidaturas avulsas no Pa�s para combater o que chama de "caciquia" dos partidos pol�ticos. "Sou filosoficamente a favor das candidaturas avulsas", disse na ter�a-feira, 10, Barbosa. "� mais democr�tico."
A possibilidade de uma pessoa n�o filiada a um partido se candidatar nas elei��es, n�o admitida na recente reforma pol�tica que tramitou no Congresso, ser� ainda julgada pelo Supremo.
A Corte estabeleceu que o caso tenha repercuss�o geral, que � cria��o de uma jurisprud�ncia para o entendimento do Judici�rio sobre essa quest�o nas inst�ncias inferiores.
O STF poder� alterar este ponto do sistema eleitoral ao analisar recurso de autoria de um advogado que teve negado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o registro de candidatura � prefeitura do Rio de Janeiro em 2016 sob o argumento de que a Constitui��o exige filia��o partid�ria a candidatos.
N�o h� previs�o de quando a a��o ser� julgada, e Barbosa prefere n�o arriscar um palpite sobre a tend�ncia do Tribunal. "N�o gosto de fazer progn�stico", afirmou.
Nome sempre cotado para a corrida presidencial do ano que vem, Barbosa j� havia se manifestado favoravelmente �s candidaturas avulsas quando ainda ocupava a presid�ncia do Supremo. Na ocasi�o, em 2013 - em meio �s manifesta��es de rua que se espalharam por todo o Pa�s -, o ent�o ministro disse que a democracia brasileira pecava "pela falta de identifica��o entre eleito e eleitor".
"Por que n�o permitir que o povo escolha diretamente em quem votar? Por que uma intermedia��o por partidos pol�ticos desgastados, totalmente sem credibilidade? Existem algumas democracias que permitem o voto avulso, com sucesso."
O ex-presidente do STF j� admitiu que recebeu "sondagens" e manteve conversas com a Rede - da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva - e com o PSB, mas se diz "hesitante ainda" em decidir sobre uma eventual candidatura.
No Supremo, Barbosa foi o relator do processo do mensal�o federal, que resultou, em 2012, na condena��o e pris�o de integrantes da c�pula petista.
Ap�s se aposentar, ele passou a atuar como advogado focado na elabora��o de pareceres e se tornou um cr�tico do impeachment da presidente Dilma Rousseff.