
Um dos principais partidos da base de sustenta��o do governo do presidente Michel Temer, e tamb�m alternativa na disputa por sua sucess�o, o PSDB vive hoje dois grandes rachas que precisa equacionar para evitar uma nova derrota nas urnas em 2018. A legenda est� dividida entre as candidaturas � presid�ncia do governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital paulista, Jo�o Doria. Em meio a isso, a ala dos tucanos mais jovens, conhecidos como cabe�as pretas, vem se posicionado contra o apoio do PSDB ao governo Temer e os mais velhos, os cabe�as brancas, trabalham ativamente pela perman�ncia do peemedebista no poder.
As diverg�ncias foram expostas mais uma vez com a indica��o do deputado federal mineiro, Bonif�cio de Andrada (PSDB-MG), como relator da nova den�ncia contra o presidente Michel Temer, na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara. Os cabe�as pretas da bancada pressionaram o partido a retirar o parlamentar da fun��o, enquanto os mais velhos defendiam a perman�ncia dele. Os jovens enxergaram uma a��o do Planalto na escolha e declararam guerra ao governo, acusando o desrespeito com o partido. O PSDB destituiu Andrada da comiss�o, mas sugeriu a partidos aliados que lhe chamassem de volta em suas vagas e assim foi feito.
Na primeira den�ncia, tamb�m foi da ala jovem a briga para que o PSDB desembarcasse do governo Temer, mas o partido, depois de algumas amea�as, acabou ficando. O grupo � formado por parlamentares do baixo clero como Mariana Carvalho (RO), Caio N�rcio (MG), Pedro Cunha Lima (PB) e Daniel Coelho (PE). H� conversas entre parlamentares da bancada jovem e o Movimento Brasil Livre, com vistas a uma poss�vel uni�o para 2018. Daniel Coelho chegou a dizer que as ideias liberais estariam unindo os dois grupos.
Se os jovens se articulam para as elei��es, os pol�ticos mais experientes do PSDB batem cabe�a sobre o que fazer para recuperar o Pal�cio do Planalto. Na briga, desta vez, est� s� o tucanato paulista representado pelo prefeito da capital Jo�o Doria e pelo governador Geraldo Alckmin. O clima entre criador e criatura – foi Alckmin quem bancou a candidatura de Doria � prefeitura e acabou elegendo o apadrinhado – est� cada vez pior. Doria tem apostado na superexposi��o nas redes sociais e em viagens para se cacifar para a disputa. Alckmin tem feito quest�o de deixar claro que n�o viaja ou participa de eventos em hor�rio de servi�o, como forma de alfinetar o concorrente. No in�cio do m�s, Doria e o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, protagonizaram uma verdadeira lava��o de roupa suja nas redes sociais. Goldman publicou v�deo dizendo que os moradores de S�o Paulo n�o tem prefeito, pois s� interessa a Doria ser candidato a presidente da Rep�blica. Segundo ele, em nove meses, o tucano mostrou que n�o lhe interessa administrar a cidade. Goldman foi vice-governador de Geraldo Alckmin.
Cria de Alckmin, Doria n�o deixou baratas as cr�ticas e chamou Alberto Goldman de improdutivo e fracassado. No v�deo de resposta, o prefeito disse que o vice-presidente do PSDB vive de pijama em casa, depois de ter vivido �s sombras de Orestes Qu�rcia e Jos� Serra. A decis�o do prefeito de partir para a briga no v�deo foi vista como um erro de avalia��o por sua equipe, justamente por poder ser usada pela ala rival no PSDB em caso de pr�vias internas.
Fernando Henrique Cardoso tamb�m j� se estranhou com Jo�o Doria. Durante uma palestra, disse que o prefeito de S�o Paulo n�o havia feito nada pela cidade e que ele s� fazia sucesso porque sabia mexer no celular, se referindo aos v�deos di�rios que ele publica expondo suas rotinas. Na ocasi�o, Doria rebateu dizendo que FHC deveria sair do seu apartamento e visitar S�o Paulo.