Bras�lia – O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma que vai rejeitar todos os 25 pedidos de impeachment contra o presidente Michel Temer que est�o parados em sua gaveta. Segundo ele, depois de ter sido leal a Temer nas duas den�ncias, n�o faz sentido atuar agora contra o governo. Maia tamb�m afirma que o presidente tem que “agradecer muito” pelo fato de ele n�o ter agido para derrub�-lo do Pal�cio do Planalto
Como fica a sua rela��o com o Pal�cio do Planalto no p�s-den�ncia?
A minha primeira elei��o na presid�ncia da C�mara foi independente e o Michel tem de agradecer muito de eu ter sido eleito e n�o ter feito o que eu podia ter feito. Eu poderia, na minha primeira legislatura, ter trabalhado dizendo o tempo todo que o governo n�o me ajudou, porque ele s� apoiou a minha candidatura nas �ltimas 24 horas. Mas eu abracei a agenda do governo porque eu acredito na agenda da equipe econ�mica. N�o foi uma quest�o de “eu sou governo”. Agora, eu n�o misturo as coisas: o presidente da Rep�blica e o presidente da C�mara t�m uma rela��o institucional muito boa e essa rela��o se mant�m boa. Mas o que eu estou dizendo, como presidente da C�mara, � que a rela��o n�o ser� uma rela��o amanh� igual � que foi antes das duas den�ncias se o governo n�o reorganizar a base.
E o que Temer precisa fazer para reorganizar a base?
Tem v�rios caminhos para resolver. O que voc� n�o pode � achar que o resultado da den�ncia gerou uma base de 250 votos. Ter base � ter base que confia no governo, na agenda do governo, mesmo quando vem uma pauta �rida para a C�mara. Acho que numa pauta �rida o governo hoje n�o tem maioria para aprova��o.
Para o sr., qual seria o melhor caminho?
Se eu come�ar a falar v�o dizer que eu estou querendo interferir no caminho que ele (Temer) vai decidir. Eu j� falei muito. Tem partidos que se consideram sub-representados, tem partidos que acham que outros est�o super-representados. Se o governo discorda dessa opini�o, tem de chamar os presidentes (das siglas) e seus l�deres e dizer: Voc� n�o est� sub-representado. Voc� est� bem representado por isso e por isso.
Nos corredores da C�mara dizem que o sr. pode ser o Eduardo Cunha do Temer.
Se eu quisesse ser o Eduardo Cunha do Temer eu teria sido nas den�ncias. Ser agora � at� rid�culo. Se eu tive a clareza, que n�o deveria me envolver nas den�ncias, que um ativismo meu nesse processo ia gerar mais instabilidade para o Brasil, n�o seria inteligente da minha parte agora atrapalhar o governo, de forma alguma. Como � que agora vou trabalhar para essa instabilidade? N�o tem a menor chance de eu fazer isso.
O que o sr. vai fazer com os pedidos de impeachment?
Daqui a pouco vou decidir. Acho que todos os temas do impeachment o Congresso j� decidiu, a C�mara j� decidiu. Os temas que est�o nos pedidos est�o diretamente relacionados �s den�ncias.
Por que, ent�o, n�o os rejeita logo?
Vou rejeitar no momento adequado. Porque a rejei��o vai dar direito a um recurso, e esse recurso tem que ser em um ambiente em que a C�mara esteja mais tranquila, para que n�o tenha uma vota��o que possa ser distorcida em rela��o � sua realidade. Vou criar um novo ambiente para vota��o do recurso agora, logo depois da den�ncia? � s� ter calma. A C�mara n�o pode parar para julgar pela terceira vez a mesma coisa. O Brasil n�o suporta isso.
O governo vai conseguir aprovar a reforma da Previd�ncia?
Reformas desse tamanho precisam estar patrocinadas pelo governo. N�o tem alternativa. Por isso que digo que as pr�ximas semanas ser�o decisivas para a gente entender qual o verdadeiro tamanho do governo na C�mara. Mas, com certeza, a reforma da Previd�ncia n�o ser� a que a equipe econ�mica sonhou, que a gente sonhou.
Por que a C�mara decidiu retomar a pauta de enfrentamento � Lava-Jato agora?
Essa comiss�o que instalei para discutir o projeto sobre abuso de autoridade n�o tem nada de enfrentamento � Lava-Jato.
Mas os procuradores veem o projeto como uma rea��o �s investiga��es.
N�o tem rea��o nenhuma. Eles est�o vendo coisa onde n�o existe. N�o existe na nossa pauta nada contra a Lava-Jato.
O sr. vai disputar qual cargo em 2018?
Eu sou candidato a deputado federal. O dia em que eu aparecer com 7% ou 8%, a� voc� me entrevista e eu vou te dizer se sou candidato a presidente da Rep�blica. Eu tenho que respeitar o eleitor e acho que, na posi��o em que eu estou, tenho alguma chance de recompor a alian�a e continuar na presid�ncia da C�mara. � um caminho, e � um caminho de muito poder, � algo que, neste momento, tem mais probabilidade do que eu construir uma candidatura presidencial forte.
O DEM n�o vai ter candidato � Presid�ncia?
Eu acho que o DEM tem que ter candidato.
Quem? O Luciano Huck?
N�o... Eu tenho a maior admira��o pelo Luciano Huck, se ele fosse filiado ao DEM hoje eu teria o maior prazer de defender a candidatura dele, mas ele n�o � filiado ao DEM. Eu n�o posso trabalhar com uma vari�vel que eu n�o controlo.
O DEM n�o vai repetir a dobradinha com o PSDB em 2018?
Na pol�tica tudo � poss�vel, s� n�o � poss�vel o DEM coligar com o PT, o resto... Mas, quando voc� faz coliga��o, voc� fortalece o projeto futuro dos outros, por isso que o PSDB vem conseguindo liderar o nosso campo, porque em toda elei��o a gente n�o teve coragem de lan�ar um candidato, apoiou o PSDB, e o PSDB foi ganhando musculatura.
Geraldo Alckmin � o nome do PSDB mais preparado ou o sr. prefere o Jo�o Doria?
Eu gosto dos dois, me dou bem com os dois, gra�as a Deus, a briga � no PSDB e n�o no DEM.
