
Ap�s pedir ao governo um sal�rio acima do teto de R$ 61 mil mensal, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, explicou, nesta quinta-feira, que, por conta do novo cargo, precisa arcar com altos custos de vestimenta, de cabelo, de maquiagem e de comida. Ela afirmou ainda que j� encaminhou um comunicado desistindo da alta quantia e, agora, espera por uma resposta. A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa dela, no entanto, n�o obteve resposta.
Luislinda comparou sua situa��o com a de um trabalhador escravo, por ter parte do sal�rio contido. Ao jornal Estado de S�o Paulo, ela disse n�o se arrepender de ter feito a rela��o. "Eu fiz apenas uma analogia. Todo mundo sabe que o trabalho que n�o � remunerado � considerado trabalho escravo. Agora, porque que as pessoas se apegaram somente a isso? Isso � que eu n�o entendi", disse. "Por acaso algu�m trabalharia 12, 14 horas por dias e diz que n�o quer sal�rio? Que n�o gosta de sal�rio? Quem faria um neg�cio desse?", acrescentou.
Como ministra, Luislinda tem direito a carro com motorista, jatinho da FAB, cart�o corporativo e im�vel funcional. "Como desembargadora aposentada eu posso botar a minha sand�lia Havaiana e ir em qualquer lugar em Salvador. Mas como ministra de Estado eu n�o posso fazer isso, ent�o j� vem mais custo. Eu tenho uma representatividade. E eu recebo como ministra R$ 2.700 (l�quido)", justificou. Luislinda disse ainda que, apesar de morar em um apartamento funcional, paga R$ 1,6 mil de condom�nio e precisa manter im�veis dela em Salvador.
Caso o requerimento da ministra seja negado pelo governo, ela ressalta que n�o desistir� do cargo. "Eu continuo porque eu sou brasileira. Para mim dinheiro n�o � tudo. Eu continuo sobrevivendo", afirmou. Quando questionada sobre a carga hor�rio e os baixos sal�rios de uma parcela da popula��o brasileira, ela respondeu:
"Como eu peticionei pedindo a revis�o, as pessoas tamb�m poder�o fazer seus pedidos e encaminhar para seus patr�es. Eu aconselho a quem achar que deve � s� requerer e aguardar a decis�o da autoridade. Fa�o coisas que ningu�m faz e ningu�m divulga uma agenda minha. Agora um requerimento e o povo est� me execrando?".