Bras�lia, 21 - Na mira da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) da JBS, o ex-procurador da Rep�blica Marcello Miller disse que "n�o recebeu remunera��o da J&F por nenhuma atividade" relativa � empresa e que n�o agiu por gan�ncia.
"Nada fiz por gan�ncia: nem ir para a advocacia privada, nem preparar seu exerc�cio em favor da J&F, depois de pedir exonera��o do MPF", rebateu Miller. Para ele, Janot poderia "se lembrar" que ele � um cidad�o e que "tem direitos".
"Suposi��es vazias e adjetiva��es sem subst�ncia n�o contribuem para uma discuss�o s�bria", disse Miller. "Trata-se de quest�es relevantes para a vida de um cidad�o que - abstra�da sua condi��o de ex-membro do MPF, muito tendo dado de si � institui��o - tem direitos. Quem exerceu por quatro anos o cargo de procurador-geral da Rep�blica poderia lembrar-se disso", afirmou.
Segundo Miller �, "no m�nimo, escassez de an�lise" o fato de Janot ter "reduzido � ‘gan�ncia’ o desejo de participar do que seria um dos maiores projetos de remedia��o de empresas jamais empreendidos". O Grupo J&F firmou o maior acordo de leni�ncia do mundo, em valores absolutos. Miller disse que o dinheiro que recebeu na advocacia privada foi "estritamente" previsto em contrato, "sem nenhum acr�scimo em raz�o de cliente algum".
O ex-procurador est� no centro da crise que atingiu a Procuradoria-Geral da Rep�blica, suspeito de atuar nos dois lados do balc�o e orientar a J&F quando ainda era do MPF. Esta � a primeira resposta direta de Miller a uma men��o a seu nome. Desde que o imbr�glio envolvendo a dela��o da J&F veio � tona, ele se manifestou em um artigo e por meio de seus advogados.