Em mais uma cr�tica ao momento de perda da credibilidade na pol�tica, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou que "n�o sabe como os tr�s maiores partidos do Brasil ainda ter�o coragem de lan�ar candidatos" para as pr�ximas elei��es.
"Acredito que haver� um rep�dio enorme aos candidatos desses tr�s maiores partidos - PMDB, PSDB e PT", disse, em entrevista � r�dio CBN, na noite dessa segunda-feira, 20.
Sem confirmar e nem negar a possibilidade de ser candidato � Presid�ncia, Barbosa admitiu que vem sendo sondado por partidos pol�ticos, movimentos e "muitas pessoas nas ruas, por onde vai". "Mas eu n�o tenho resposta ainda", afirmou, sem citar as siglas que o procuraram.
Para o ex-ministro, as elei��es de 2018 ser�o muito parecidas com as de 1989, que sucederam a ditadura militar no Brasil. "Pela pulveriza��o de candidatos, esfacelamento das institui��es, decad�ncia moral e perda de credibilidade", explicou.
Apesar de n�o admitir qualquer tipo de candidatura at� o momento, Barbosa fez quest�o de ressaltar que fez parte de um momento que talvez tenha sido o "apogeu do STF em sua hist�ria".
"O Supremo soube estar � frente de seu tempo, � frente da sociedade brasileira, que � conservadora em muitos aspectos", ressaltou, citando decis�es da Corte como o reconhecimento da uni�o homoafetiva, a lei da Ficha Limpa, o aborto em caso de fetos anenc�falos e o fim do financiamento de campanhas pol�ticas por empresas - que passa a valer nas pr�ximas elei��es.
Questionado sobre o julgamento do esc�ndalo do mensal�o, disse que prefere ser lembrado pelo conjunto das decis�es tomadas pelo tribunal durante sua presid�ncia. "� um clich� criado pela imprensa, que tem import�ncia para voc�s - para mim, n�o."
Entrevistado no Dia da Consci�ncia Negra, ele ainda destacou acreditar em alguns avan�os no combate ao racismo no Pa�s. "Me regozijo em perceber que, finalmente, o Brasil come�a a reconhecer o peso hist�rico da escravid�o e da discrimina��o racial que sempre foi a marca da sociedade. H� um avan�o ao aceitar o debate, aceitar a exist�ncia do problema. Falta enfrent�-lo de maneira efetiva."
Joaquim Barbosa deixou o STF em agosto de 2014 e vem atuando em escrit�rio de advocacia com sedes no Rio, S�o Paulo e Bras�lia.