
S�o Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu�s Roberto Barroso descartou que a corte suprema atravesse uma crise. "O STF n�o est� em crise, quem est� em crise � o Pa�s", disse o magistrado, na manh� desta segunda-feira, 27, durante evento "F�rum Veja: Amarelas ao Vivo".
O evento est� sendo realizado na capital paulista, com a presen�a de dez personalidades que devem definir os rumos da pol�tica e da economia no ano eleitoral de 2018 e ser�o entrevistas pelos jornalistas e colaboradores da revista. Na sua avalia��o, em raz�o da crise que o Pa�s atravessa, o Supremo tem sido convocado a arbitrar tais conflitos.
Num momento em que v�rios pol�ticos e personalidades do Pa�s s�o cotados para disputar as elei��es gerais do ano que vem, Barroso disse que n�o tem em mente nenhum projeto eleitoral pol�tico. Ele frisou que tamb�m n�o tem pretens�o de ser presidente do Supremo Tribunal Federal. "Mas n�o abro m�o de pensar no Pa�s", disse.
O ministro se recusou a responder se o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que tem processos na Justi�a e quer ser candidato �s elei��es presidenciais de 2018, poder� disputar o pleito, mesmo se for condenado em segunda inst�ncia.
Na entrevista, Barroso disse que h� cinco ministros na corte dispostos a enfrentar o pacto olig�rquico no Pa�s. E para combater os privil�gios dos parlamentares, no julgamento em que o foro privilegiado est� no centro das aten��es, citou que j� h� sete ministros dispostos a enfrentar essa benesse. "Desta forma, acho que estamos caminhando na dire��o correta", comentou, reiterando que no Brasil existia uma casta pol�tica que se sentia imune e impune.
Ao falar da corrup��o que permeia o universo pol�tico brasileiro, Barroso avaliou que o problema est� na cultura da desonestidade que se criou na arrecada��o de recursos. Ele citou tamb�m que a elei��o com um "debate p�blico de qualidade dever� cicatrizar as feridas do impeachment". E disse que um Pa�s n�o pode viver s� de discutir corrup��o. Na sua avalia��o, o Brasil poder� "bombar e entrar em um novo tempo", caso eleve seu padr�o �tico.
Censura
O ministro do STF destacou que tem horror � censura. "Ela � rid�cula e foi assombra��o de minha juventude." E se disse defensor da TV Justi�a, que mostra ao vivo os julgamentos da Suprema Corte. E ironizou que no imagin�rio brasileiro, por tr�s das portas fechadas dos gabinetes acontece "o tenebroso".
Fazendo coro ao governo Michel Temer, Barroso falou da necessidade de se aprovar uma reforma previdenci�ria no Pa�s, pois o projeto n�o � apenas ideol�gico, mas tamb�m aritm�tico. Al�m dessa reforma, ele defendeu na chamada agenda positiva a reforma pol�tica e medidas que contemplem educa��o, saneamento e seguran�a.
O ministro fez uma cr�tica ao empresariado, dizendo que ele deve aprender a viver a iniciativa privada: "O empres�rio brasileiro est� viciado em subs�dios e desonera��es", afirmou.
