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Estado de Minas

Minist�rio apura den�ncia de desvio de dinheiro em contratos da Ancine

Fraudes envolvem cerca de R$ 12 milh�es; desvios teriam sido facilitados com a participa��o de um dos diretores, que, � �poca, trabalhava na PGF


postado em 19/12/2017 10:22 / atualizado em 19/12/2017 16:58

Uma das obras sob suspeita é um longa-metragem sobre a vida do ex-lutador de boxe Acelino Freitas, o Popó, e do irmão dele: questionamentos do MP(foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Uma das obras sob suspeita � um longa-metragem sobre a vida do ex-lutador de boxe Acelino Freitas, o Pop�, e do irm�o dele: questionamentos do MP (foto: Minervino J�nior/CB/D.A Press)

O ministro da Cultura, S�rgio S� Leit�o, mandou abrir investiga��o sobre supostos desvios de dinheiro p�blico em contratos entre a Ag�ncia Nacional de Cinema (Ancine) e empresas de tev�.

A decis�o de S� Leit�o ocorreu depois de o Minist�rio P�blico enviar questionamentos � Ancine apontando ind�cios de fraudes envolvendo cerca de R$ 12 milh�es, dinheiro desviado por meio de procedimentos burocr�ticos maquiados. As verbas foram entregues para a produ��o de s�ries de televis�o que seriam produzidas no pa�s, mas nunca sa�ram do papel.

Os desvios teriam sido facilitados com a participa��o de um dos diretores da Ancine que, � �poca, trabalhava na Procuradoria-Geral Federal (PGF).

Segundo S�rgio S� Leit�o, o assunto ser� tratado como prioridade. “Nossa posi��o � sempre a mesma nesses casos: quando a den�ncia chega, abrimos uma investiga��o no �mbito administrativo e enviamos nossa apura��o para os �rg�os de controle. Aqui � toler�ncia zero com desvios e com a corrup��o. Estamos sendo muito rigorosos com todos os problemas enfrentados em casos de fraude na Lei Rouanet e, nesta situa��o, n�o ser� diferente”, afirmou o ministro em entrevist.

Um dos projetos investigados � o longa Irm�os Freitas, da produtora Gullane. O longa trata da vida do lutador de boxe aposentado Acelino Pop� de Freitas e do irm�o dele.

Segundo o documento elaborado pelo MP, “houve um pedido de realoca��o de recursos em um projeto que ‘nunca existiu’ cujo parecer t�cnico � restritivo ao real�ar que a hip�tese n�o � comum e nem prevista na norma, ou seja, foi realizada uma opera��o com fortes suspeitas de irregularidade”.

Ainda conforme o texto, “h� fortes ind�cios de que o instituto da excepcionalidade passou a ser uma forma de maquiar irregularidades”.

Em carta de agosto de 2015, a empresa de tev� norte-americana Turner comunicou a inten��o de alocar R$ 7,9 milh�es no projeto Irm�os e Detetives, em coprodu��o com a Gullane Entretenimento.

O dinheiro veio da Ancine. Para tanto, pediu uma suspens�o de 270 dias, contados a partir da data devida pelo recolhimento (e dep�sito em conta espec�fica), para evitar que os recursos fossem devolvidos.

A suspens�o justificava-se pelo prazo necess�rio para assinatura do contrato entre as duas empresas. A obra seria exibida pelo canal TNT.

O projeto obteve parecer favor�vel da Procuradoria-Geral Federal, e foi assinado pelo ent�o procurador Alex Braga, hoje diretor da Ancine. Isso possibilitou uma decis�o permissiva da diretoria colegiada. A autarquia n�o comentou a informa��o.

Turma da M�nica

 
Outro caso suspeito � o da Turma da M�nica Jovem, que consumiu R$ 3,6 milh�es da Ancine em projeto da Turner com coprodu��o de Maur�cio de Souza, criador do t�tulo e dos personagens dos gibis.

Novamente, o filme n�o foi para a frente e houve pedido de realoca��o do dinheiro em outra obra, desta vez chamada Rua Augusta, da O2 Produ��es. A exibi��o seria no canal Space, da Turner, mas acabou cancelada.
 
A Ancine informou � Turner que n�o poderia alocar os recursos porque Rua Augusta tinha sido abandonado. Meses depois, a empresa de Maur�cio de Souza pediu � ag�ncia que mudasse o nome do projeto inicial para “Conta Comigo! Turma da M�nica Jovem” — que n�o teria sequer sido apresentado � Ancine no momento da capta��o do pessoal.

Depois, voltou atr�s pedindo que o dinheiro fosse novamente direcionado para o Rua Augusta, que nunca saiu do papel.

A assessoria de comunica��o da Ag�ncia Nacional do Cinema informou que “tomou conhecimento hoje (ontem) do inteiro teor da den�ncia a respeito de supostas irregularidades envolvendo projetos submetidos � aprova��o da Ancine e que j� tomou as medidas cab�veis e necess�rias para apura��o e esclarecimento dos fatos descritos, visto que � a maior interessada na elucida��o de toda e qualquer eventual irregularidade”.

Em nota, a O2 Produ��es negou que  s�rie Rua Augusta seja um filme fantasma". Segundo eles, os 12 epis�dios j� foram rodados e montados, e aguardam exibi��o. "H� farto material de cobertura jornal�stica publicada a respeito, incluindo acompanhamento das filmagens no set".

Veja a nota da O2 na �ntegra:

A s�rie “Rua Augusta” n�o � um “filme fantasma” como foi citado pela den�ncia an�nima. Os 12 epis�dios da s�rie, j� foram rodados e montados, e est�o aguardando a exibi��o em breve _  h� farto material de cobertura jornal�stica publicada a respeito, incluindo acompanhamento das filmagens no set.   
 
 A O2 Filmes n�o recebeu questionamentos ou pedido de informa��es da Ancine ou de qualquer outro �rg�o sobre esta produ��o e provavelmente n�o receber� pois n�o  ha raz�o para isso. A s�rie, ali�s, promete. Adaptada de um roteiro de uma s�rie israelense, conforme j� antecipado pela m�dia, deve fazer barulho quando lan�ada. 
 
A O2 n�o tem controle sobre as datas dos recursos alocados. Os recursos alocados transferidos oficialmente pela Ancine para produ��o deste projeto foram utilizados pela O2 dentro da legalidade e resultaram numa s�rie de 12 epis�dios que ser� exibidos a partir de mar�o.



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