
O Pal�cio do Planalto teme que a disputa entre os pr�-candidatos � Presid�ncia Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Henrique Meirelles (PSD) e a crescente tens�o eleitoral possam atrapalhar a aprova��o da reforma da Previd�ncia, marcada para o dia 19 de fevereiro.
O elogio feito pelo emedebista ao governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), teve como principal objetivo, segundo fontes do Planalto, brecar um in�cio de atrito entre o presidente da C�mara dos Deputados e o ministro da Fazenda.
Maia e Meirelles se colocam como poss�veis candidatos do governo na elei��o presidencial deste ano e, ao lado de Alckmin, buscam se apresentar como o nome de centro na corrida pelo Planalto. O jornal mostrou que Maia trabalha para minar Meirelles em meio a seus movimentos pela elei��o, j� tem equipe e articula alian�as.
Temer ficou preocupado com a possibilidade de o embate entre Maia e Meirelles prejudicar a vota��o da reforma da Previd�ncia, meta principal do Planalto para este ano.
Na sexta, a ag�ncia de classifica��o de riscos Standard & Poor's informou que rebaixou a nota de cr�dito do Brasil em raz�o de "constantes" atrasos justamente na aprova��o das novas regras nas aposentadorias e citou uma mudan�a, j� descartada, na "regra de ouro", que impede a Uni�o de se endividar acima do volume de investimento.
Na semana passada, Meirelles e Maia se desentenderam publicamente sobre a regra de ouro. O ministro disse ser contra a forma como o tema foi apresentado e o deputado reagiu ordenando que a flexibiliza��o fosse retirada da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que vinha sendo elaborada.
De acordo com colaboradores do presidente, Temer chamou Maia para uma conversa no Planalto logo depois do atrito para dizer que a prioridade absoluta � a reforma da Previd�ncia.
O presidente, na entrevista, tentou ainda esfriar as pretens�es de Maia e Meirelles dizendo preferir ver o ministro na condu��o da economia e que a prioridade do deputado deve ser a reelei��o para a presid�ncia da C�mara - se reeleito deputado federal, Maia poder� concorrer a mais um mandato � frente da Casa.
Afago
Temer distribuiu elogios a Alckmin, cuja pr�-candidatura ainda sofre o impacto da entrevista de Fernando Henrique Cardoso, na qual o ex-presidente disse que o governador ainda precisa provar que tem capacidade de aglutinar o centro e "transmitir uma mensagem" que viabilize suas pretens�es eleitorais.
Temer foi na dire��o oposta � de FHC, disse que a posi��o omissa de Alckmin diante da aceita��o das den�ncias feitas pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot "ficou para tr�s" e que o governador preenche os requisitos de transmitir "seguran�a e serenidade" ao eleitorado brasileiro. Temer espera abrir a porta para o governador embarcar.
A avalia��o do Planalto agora � de que Alckmin trabalha para minar a concretiza��o da grande alian�a de centro que, na pretens�o de Temer, uniria todos os partidos da base, conseguiria a maior parcela de tempo na TV e resultaria em mais recursos do fundo eleitoral para enfrentar os l�deres nas pesquisas Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Dividendos
Na estrat�gia palaciana, a aprova��o da reforma da Previd�ncia seria o passo final para concretizar essa grande alian�a. Fontes do Planalto t�m dito que os recursos provenientes da reforma seriam investidos ainda neste ano em obras e realiza��es que podem trazer dividendos eleitorais para todos os partidos aliados.
Assessores de Temer argumentam tamb�m que a mudan�a nas regras da aposentadoria traria mais estabilidade econ�mica, o que tamb�m pode se traduzir em votos, e teria um car�ter simb�lico de coes�o que pode ser levado para a elei��o.