Bras�lia - Em resposta as perguntas elaboradas pela Pol�cia Federal na investiga��o que apura suposto esquema de corrup��o no Porto de Santos, o presidente da Rep�blica, Michel Temer, afirma que nunca solicitou que Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, recebesse recursos em seu nome em retribui��o pela edi��o de normas contidas no Decreto dos Portos.
Em outra resposta, Temer diz que nunca determinou que seu ex-assessor, ainda quando era vice-presidente da Rep�blica, acompanhasse as quest�es das concess�es do setor portu�rio, "n�o sendo do meu conhecimento se algu�m o procurou para tal finalidade", completa.
Quando a PF questiona o porqu� de representantes das empresas concession�rias do setor de portos procurarem Rocha Loures em 2016, Temer reafirma que n�o determinou que o ent�o assessor acompanhasse as quest�es das concess�es das empresas.
Sobre um "contato intenso" entre Rocha Loures e Ricardo Mesquita, diretor da Rodrimar, Temer afirmou de que n�o foi informado. Nessa resposta, o presidente ainda esclarece que Loures foi seu assessor porque "depositava confian�a quanto ao exerc�cio das fun��es inerentes � sua assessoria", disse.
A investiga��o
Sob relatoria do ministro Lu�s Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o caso investiga se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, que ampliou de 25 para 35 anos as concess�es do setor, prorrog�veis por at� 70 anos.
Al�m do presidente e seu ex-assessor, s�o investigados o dono da Rodrimar, Ant�nio Celso Grecco, e o diretor da empresa, Ricardo Conrado Mesquita.
Em depoimento a PF no ano passado, Loures negou que tenha recebido qualquer recurso por meio de doa��o eleitoral da Rodrimar ou de qualquer outra empresa ligada ao setor portu�rio. O ex-assessor de Temer disse ainda n�o saber se o presidente tem alguma vincula��o com o setor portu�rio, em especial com os neg�cios da Rodrimar ou das outras concession�rias baseadas no Porto de Santos.
Loures afirmou que conhece Mesquita e Grecco porque, em 2013, quando acompanhava a edi��o da ent�o nova Lei dos Portos, teve contato com representantes de empresas e associa��es portu�rias. "Mesquita representava a Associa��o Brasileira de Terminais Portu�rios, a ABTP, e n�o exclusivamente o Grupo Rodrimar", disse Loures. O ex-assessor relatou ainda que, em 2016, reencontrou Grecco, mas n�o conversaram sobre o setor portu�rio.
Em abril de 2017, Loures foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil em dinheiro em esp�cie entregue por um executivo do Grupo J&F. Segundo o empres�rio Joesley Batista, o dinheiro era parte de propina para que Loures, sob indica��o de Temer, facilitasse o andamento de uma demanda do grupo no Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade).
(Amanda Pupo, F�bio Serapi�o e Rafael Moraes Moura)