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Estado de Minas

� sombra de Lula, PT enfrenta o desafio de se manter de p� at� as elei��es

Para especialistas, encruzilhada � comum quando �cones se tornam maiores que seus partidos


postado em 28/01/2018 06:00 / atualizado em 28/01/2018 07:24

(foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
(foto: NELSON ALMEIDA/AFP)

Bras�lia – O PT n�o pode, ainda, admitir publicamente. Mas, internamente, os principais l�deres da legenda — inclusive o pr�prio ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva — foram avisados de que a batalha para manter o petista como candidato do partido em outubro � ingl�ria e, ao fim, ser� infrut�fera. Ainda assim, os planos tra�ados s�o de esticar esse r�quiem at� o prazo m�ximo permitido, dando tempo para que seja constru�da uma alternativa. A dificuldade reside a�. N�o apenas Lula � maior do que o PT. Os brasileiros e a esquerda, de forma geral, enfrentam imensas dificuldades para substituir �cones pol�ticos por nomes comuns.

A pol�tica nacional ainda � extremamente personalista. O risco calculado que o PT precisa dosar � como fazer a substitui��o sem perder a for�a da legenda. Dois exemplos recentes em partidos do mesmo campo ideol�gico petistas demonstraram que, sem a cabe�a, o corpo definha. O PDT era muito espelhado na for�a do presidente Leonel Brizola. Ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, defensor da marcha da legalidade para garantir a posse de Jo�o Goulart como presidente do pa�s ap�s a ren�ncia de J�nio Quadros, Brizola fundou o partido ap�s perder a queda de bra�o com Ivete Vargas pelo comando do PTB.

A morte de Brizola tamb�m sepultou o brizolismo e, com isso, o PDT passou a ser uma legenda mediana. Tenta recuperar agora o protagonismo com a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto. Esta, inclusive, depende e muito de uma transfer�ncia de votos do lulismo para ter alguma chance no pleito eleitoral. Tanto � que o pr�-candidato, conhecido pela afiada l�ngua, cessou os discursos agressivos contra Lula.

Mais recentemente, outra legenda tradicional do campo de esquerda passou por esse baque, tamb�m por causa da morte do principal l�der. O acidente a�reo que tirou a vida de Eduardo Campos em plena campanha presidencial em 2014, interrompeu uma trajet�ria ascendente do PSB. Agora, a sigla n�o sabe se insiste em uma candidatura de Joaquim Barbosa ao Planalto ou se alia ao governador tucano de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, que nem sequer representa a ala mais progressista do PSDB.

“A realidade do personalismo pol�tico aparece de maneira mais intensa nas esquerdas porque elas tendem a ter uma postura mais populista e, por isso, precisam de um nome forte para se apoiar”, confirma o especialista em marketing digital Marcelo Vitorino. Para ele, a tarefa do PT n�o ser� f�cil porque o sistema de transfer�ncia de votos n�o � autom�tico. “Parte das pessoas vota em um candidato porque o escolhe e parte vota por rejei��o a outro candidato. Com precis�o, podemos dizer que apenas 30% dos votos s�o transferidos”, afirma.

O professor de ci�ncia pol�tica do Ibmec-MG Adriano Gianturco acredita que � uma fal�cia a teoria de que a pol�tica brasileira � mais personalista do que em outros pontos do mundo. Ele lembra v�rios nomes internacionais   eleitos com base nas pr�prias for�as, independentemente de serem de esquerda ou n�o. � o caso, segundo ele, do ex-primeiro-ministro da It�lia Silvio Berlusconi.

No caso brasileiro, Get�lio Vargas e Juscelino Kubitschek foram �cones pol�ticos sem estar filiados a partidos de esquerda. “Na esquerda talvez fique mais n�tido porque muitos desses governantes foram revolucion�rios ou instalaram ditaduras. Por isso, tem-se a imagem de que eram fortes individualmente”, completa Gianturco. Ele cita, al�m do Berlusconi, nomes emblem�ticos como os ex-primeiros-ministros brit�nicos Margaret Thatcher e Winston Churchill e o ex-presidente norte-americano Donald Reagan.

Estrat�gia

 

Para Lula, os cen�rios est�o longe de ser c�u de brigadeiro. Por onde a pr�-candidatura passar, ser�o colocadas travas quase intranspon�veis. A ideia, por enquanto, � n�o sair do p�reo e brigar na Justi�a para segurar uma eventual pris�o. Solto, o ex-presidente poder� fazer campanha pelo pa�s ao lado de nomes cogitados para substitu�-lo, entre eles o do ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad. Coordenador do programa de governo do PT para a campanha deste ano, Haddad pode ser al�ado ao posto principal caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impe�a o registro da candidatura.

Esses s�o os planos de Lula e da turma dele, mas a instabilidade do l�der j� faz com que nomes do alto escal�o petista n�o aceitem qualquer mando. Alguns deles, como o ex-senador Eduardo Suplicy, defendem pr�vias internas em caso de substitui��o. O mesmo Suplicy disputou pr�vias contra Lula em 2001. Na �poca, o todo-poderoso petista estava desgastado ap�s tr�s derrotas ao Planalto. Lula conteve os �nimos internos, escolheu o empres�rio Jos� Alencar como vice, e autorizou Antonio Palocci a redigir a Carta ao Povo Brasileiro para acalmar os bancos e ordenou a Jos� Dirceu a controlar os radicais. Lula est� fraco, Alencar morreu, Palocci e Dirceu est�o condenados na Lava-Jato e a situa��o cada vez mais complicada.
v�deo aos africanos

Impedido de viajar para a �frica, onde participaria de uma reuni�o da Uni�o Africana sobre erradica��o da Fome na �frica at� 2025, o ex-presidente Lula divulgou, pelas redes sociais, v�deo que encaminhou aos participantes do encontro, acusando “parcela do Poder Judici�rio”, de ter implantado no pa�s o que chamou de “ditadura” da Lava-Jato. Lula disse estar certo de que “vai vencer esta parada aqui”, que vai ter de volta seu passaporte. Ele estava com passagem comprada para a Eti�pia, onde discursaria, mas recebeu ordem da Justi�a Federal de entregar seu passaporte. A defesa do ex-presidente j� ingressou com pedido de habeas corpus para receber de volta o documento.


Confira alguns l�deres que personificaram o poder no Brasil e no mundo

 

Get�lio Vargas
l L�der civil da Revolu��o de 1930. Foi presidente do Brasil em dois per�odos. No primeiro, por 15 anos ininterruptos, de 1930 a 1945. No segundo, no qual foi eleito pelo voto direto, Get�lio governou o Brasil por tr�s anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 a 24 de agosto de 1954, quando se suicidou.

Leonel Brizola
l Considerado um l�der da esquerda e um pol�tico nacionalista, foi governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, sendo o �nico pol�tico eleito para governar dois estados diferentes na hist�ria. Defendeu a posse de Jo�o Goulart em 1961. Fundou o PDT porque n�o recuperou o controle do PTB ap�s a redemocratiza��o.

Juscelino Kubitschek
l Prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas e presidente da Rep�blica, foi o respons�vel pela constru��o de Bras�lia, em 1960. Um dos principais nomes no processo de desenvolvimento do pa�s, sobretudo na ind�stria automobil�stica, foi exilado ap�s o golpe de 1964. Morreu em um acidente de carro na Via Dutra.

Winston Churchill
l Famoso principalmente pela atua��o como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro brit�nico por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista not�vel, tamb�m foi oficial no Ex�rcito Brit�nico, historiador, escritor e artista.

Margaret THatcher
l Primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990, era conhecida pelo apelido de Dama de Ferro. Suas pol�ticas econ�micas foram centradas na desregulamenta��o do setor financeiro, na flexibiliza��o do mercado de trabalho e na privatiza��o das empresas estatais.

John Kennedy
l Foi o 35º presidente dos Estados Unidos (1961–1963) e � considerado uma das grandes personalidades do s�culo 20. Eleito em 1960, Kennedy tornou-se o segundo mais jovem presidente americano, depois de Theodore Roosevelt. Seu assassinato, em 1963, chocou o mundo.

Mao Ts�-Tung
l Liderou a Revolu��o Chinesa e foi o arquiteto e fundador da Rep�blica Popular da China, governando o pa�s de 1949 a 1976. A contribui��o te�rica para o marxismo-leninismo, estrat�gias militares e as pol�ticas comunistas s�o conhecidas coletivamente como mao�smo.

Fidel Castro
l Governou Cuba como primeiro-ministro de 1959 a 1976 e depois como presidente de 1976 a 2008. Politicamente, era nacionalista e marxista-leninista. Tamb�m serviu como primeiro-secret�rio do Partido Comunista de Cuba de 1961 at� 2011. Sob sua administra��o, Cuba tornou-se um Estado socialista autorit�rio unipartid�rio.

 


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