
A exemplo do que aconteceu quando tentou se filiar ao PEN/Patriota, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) tem enfrentado resist�ncias internas depois de ingressar no PSL, sigla nanica agora al�ada � categoria de aspirante ao Pal�cio do Planalto.
As desaven�as entre integrantes do PSL e o grupo do deputado ficaram evidentes durante o giro de Bolsonaro por quatro cidades do sul de Minas na quinta-feira passada, apenas um dia depois de o pr�-candidato formalizar sua filia��o ao partido.
Nem a sa�da do grupo Livres, que debandou por discordar da chegada de Bolsonaro, foi capaz de pacificar o PSL. Em ao menos dez Estados a disputa entre bolsonaristas e ex-dirigentes impede a organiza��o das dire��es locais. Os ex-dirigentes amea�am ir � Justi�a alegando que a entrega da legenda a Bolsonaro fere o estatuto partid�rio.
A falta de articula��o fez com que o pr�-candidato tivesse eventos esvaziados, com p�blico muito aqu�m do esperado, nos primeiros eventos depois da filia��o. Amea�as de novas debandadas, disputas territoriais entre candidatos e at� crises de ci�mes entre cat�licos e evang�licos que apoiam o deputado vieram � tona na primeira semana de Bolsonaro na casa nova.
"Eu estava apoiando a candidatura dele, fazendo um trabalho no Estado, mas ele veio atropelando todos n�s. Estamos avaliando a quest�o do ponto de vista jur�dico", afirmou o ex-presidente do PSL em Minas Carlos Alberto Pereira, que integra a executiva nacional do partido.
Ele disse que os dirigentes da legenda foram surpreendidos no dia 1.º de fevereiro com a not�cia de que deveriam renunciar para que o grupo de Bolsonaro assumisse a legenda sem que a decis�o tivesse sido discutida nas inst�ncias partid�rias. "N�o fizeram reuni�o. N�o conversaram com ningu�m. J� chegaram com a chapa pronta e tentando colocar os filhos a qualquer custo. � um projeto aberto � popula��o ou de fam�lia? � para o Pa�s ou pessoal?", criticou.
O dirigente � casado com a deputada D�mina Pereira, �nica parlamentar do PSL em Minas, que deve disputar votos com o deputado Marcelo �lvaro Ant�nio, rec�m filiado, do grupo de Bolsonaro. Cen�rio parecido se repete no Paran�, onde o deputado Alfredo Kaefer disputa espa�o com Delegado Francischini, ligado ao pr�-candidato.
O presidente do PSL, Luciano Bivar, admitiu que h� "algumas quest�es" a serem resolvidas em Minas. "Existem acomoda��es locais que precisam ser feitas, mas � normal. Todo partido passa por isso. Tenho certeza de que tudo ser� resolvido."
No entanto, o pr�prio Bolsonaro, em mensagem de �udio enviada a uma apoiadora cat�lica descontente com o protagonismo de pastores evang�licos no giro por Minas, disse que o PSL est� com dificuldades para formar as dire��es em dez Estados e em "centenas de cidades".
Estatuto
Quando "namorava" o PEN/Patriota, Bolsonaro sofreu resist�ncia parecida. Em novembro, dois deputados da sigla pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a impugna��o de altera��es feitas a pedido do presidenci�vel no estatuto do partido. Dois pontos incomodavam: os poderes concedidos ao pr�-candidato e a impossibilidade de coliga��es com siglas de "extrema esquerda".
Com a entrada da fam�lia Bolsonaro no partido, o deputado Walney Rocha teria de dividir espa�o (e votos) com eles no Rio. J� o deputado Junior Marreca reclamava da norma sobre as coliga��es. Isso porque, no Maranh�o, ele � aliado do governador Fl�vio Dino, do PCdoB.