
O candidato ao Pal�cio do Planalto pelo PDT e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes prop�s uma tr�gua entre diferentes vertentes do pensamento pol�tico e econ�mico no Brasil como o caminho para se superar o conturbado momento pelo qual passa o Pa�s.
"Ou o Brasil se re�ne com olhares distintos num amplo e generoso debate, ou temo muito pelo horizonte da nossa na��o nos pr�ximos tempos e n�o vamos achar o caminho", apontou. Para o ex-ministro, o Pa�s tem perdido muito tempo e energia com a polariza��o que surgiu a partir do impeachment de Dilma Rousseff (PT). "O Brasil, complexo como �, n�o cabe na polariza��o entre coxinhas e mortadelas. Tenho convic��o de que, se o Brasil celebrar um grande di�logo, vira esse jogo", declarou o presidenci�vel.
A iniciativa privada ter� um papel importante durante seu governo, explicou Ciro, mas o candidato salientou que � necess�rio um "projeto de na��o" para que o Brasil tenha um salto de produtividade. "A iniciativa privada j� provou sua extraordin�ria virtude para promo��o do progresso humano. Ainda assim, sozinha, ela n�o � capaz de resolver os problemas", explicou.
"Precisamos refletir um pouco: o Brasil n�o cresce, pois est� ancorado em n�veis rid�culos de Forma��o Bruta de Capital Fixo pr�prio. No melhor momento, chegamos a 17% do PIB, isso n�o sustenta crescimento", disse, sinalizando que o Estado dever� atuar, durante seu eventual governo, para incentivar o investimento em maquin�rio produtivo e refor�ar o processo de industrializa��o.
Reformas macroecon�micas n�o ser�o deixadas de lado em seu governo, explicou Ciro. "Nosso partido, o PDT, n�o tem medo de reforma. Temos compromisso com reformas", afirmou, lembrando da import�ncia de se reformar a Previd�ncia Social. "N�o � essa reforma do presidente, Michel Temer, a reforma proposta por Temer � puxadinho", declarou. Ciro ainda afirmou que, diante do atual quadro de gastos previdenci�rios elevados, o primeiro ano de governo do pr�ximo presidente ir� "implodir" com dificuldades fiscais.
Ciro ainda prop�s que seja definido um projeto nacional de desenvolvimento, com metas e objetivos estrat�gicos claros e bem definidos. "� a lei do menor esfor�o, quem tem melhor condi��o de encabe�ar e executar um projeto deve ser o escolhido. Parece que temos dificuldades em entender essa din�mica t�o simples no Brasil", disse.
Neste projeto de na��o, explicou, tamb�m � preciso ter aten��o na condu��o da economia como um todo, o que pode afetar a taxa de c�mbio e, por consequ�ncia, o poder de compra dos brasileiros. "Se o d�lar valoriza e o poder de consumo cai, pode ser o governo que for, vai ter 'fora, Amo�do' ou 'fora, Meirelles'", pontuou.
O candidato do PDT participa de um debate em Porto Alegre com outros cinco pr�-candidatos: Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Fl�vio Rocha (PRB) e Jo�o Amo�do (Novo). Jair Bolsonaro, pr�-candidato pelo PSL, tamb�m foi convidado, mas recusou. O debate ocorre em um evento chamado F�rum da Liberdade e � promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais, organiza��o de cunho liberal.