
Sem conseguir votar mat�rias importantes para o governo, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), amea�ou descontar o sal�rio dos deputados da oposi��o que est�o em obstru��o e tentam impedir o andamento dos trabalhos na Casa desde a pris�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, no dia 7.
Maia abriu a sess�o da C�mara na noite desta quarta-feira, 25, anunciando que todas as vota��es ter�o efeito administrativo e que poder� rever sua decis�o sobre a validade da presen�a no plen�rio dos deputados de partidos que est�o em obstru��o.
"Eu sou muito da concilia��o e do di�logo, mas se a oposi��o tem o direito de obstruir, vou reavaliar a quest�o de ordem sobre a presen�a no plen�rio", disse Maia.
O presidente da C�mara tamb�m afirmou que a decis�o da oposi��o est� impedindo a Casa de "cumprir o seu papel constitucional de legislar". "A minha flexibilidade tem limite, e o limite � o respeito a essa institui��o", disse.
A posi��o de Maia causou rea��o no plen�rio. O deputado Silvio Costa (Avante-PE) afirmou que a oposi��o vai ficar em obstru��o at� Lula ser solto.
A deputada petista �rica Kokay (DF) tamb�m criticou a postura do presidente da C�mara. "N�s n�o cedemos � chantagem, quem faz chantagem d� uma demonstra��o de profunda fraqueza, porque n�o consegue conduzir um governo que est� aos frangalhos."
O argumento dos deputados em obstru��o, liderados pelo PT, � que o Pa�s passa por uma crise pol�tica e institucional desde a pris�o do ex-presidente, e a pauta do Congresso n�o pode seguir normalmente, como se nada estivesse acontecendo.
A obstru��o � um recurso previsto no regimento da C�mara utilizado por parlamentares em determinadas ocasi�es para impedir o prosseguimento dos trabalhos. O l�der anuncia que o partido vai adotar a medida, o que faz com que a presen�a dos deputados da bancada deixe de ser computada, o que dificulta o alcance do qu�rum para as vota��es.
Apesar das dificuldades, o objetivo de Maia � votar ainda nesta quarta-feira algumas medidas provis�rias enviadas pelo governo e o projeto que altera o cadastro positivo, considerado uma das principais bandeiras do Banco Central na �rea de cr�dito.