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Estado de Minas

Cabral recebia 'pr�mios' de at� R$ 90 milh�es, diz delator

Apontado como 'homem da mala' do ex-governador, o economista Carlos Miranda faz esse relato no anexo n.� 48 de sua dela��o


postado em 01/05/2018 07:54 / atualizado em 01/05/2018 10:25

(foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP)
(foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP)

Amigo do ex-governador do Rio S�rgio Cabral (MDB), o economista Carlos Miranda afirmou em seu acordo de dela��o premiada que a propina paga pela Federa��o das Empresas de Transportes do Rio (Fetranspor) a deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) era repartida por Cabral, conforme o "grau de influ�ncia" e "import�ncia" de cada parlamentar na Casa.

A federa��o, segundo Miranda, abasteceu mensalmente os deputados de R$ 500 mil a R$ 1 milh�o, de 1995 a 2002, quando Cabral presidia a Casa. Apontado como "homem da mala" do ex-governador, o economista faz esse relato no anexo n.º 48 de sua dela��o, obtida pelo Estado.

O delator afirmou que Cabral e o hoje presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani (MDB), "que eram os principais l�deres da Alerj � �poca", conduziam "as negocia��es". Ele n�o citou os nomes dos deputados beneficiados, mas contou que Cabral ficava com a maior parcela "por ser presidente do �rg�o".

"Os valores eram colocados em envelopes e distribu�dos dentro da Alerj, na sala da presid�ncia ou, eventualmente, nos gabinetes dos deputados beneficiados", diz o trecho da dela��o fechada com o Minist�rio P�blico Federal (MPF).

Em troca da mensalidade paga pela Fetranspor, a Casa Legislativa garantia apoio aos interesses da entidade, que congrega dez sindicatos, como o Rio �nibus. Estes sindicatos re�nem mais de 200 empresas de transporte por �nibus, que respondem por 81% do transporte p�blico regular no estado do Rio. Miranda afirmou que teve um contato mais pr�ximo com os pagamentos em 1997, quando Cabral o chamou para trabalhar na Consultoria de Or�amento e Finan�as da presid�ncia da Alerj. O contato de Cabral era feito por meio de Jos� Carlos Lavouras, ex-presidente do Conselho de Administra��o da Fetranspor, denunciado na Opera��o Ponto Final.

Recome�o


Miranda afirmou tamb�m que o esquema recome�ou em 2007, quando Cabral assumiu o governo do Rio. O ajuste, no entanto, foi de R$ 5 milh�es anuais, pagos em parcelas de R$ 420 mil e R$ 380 mil.

Al�m do valor anual acertado, tamb�m havia o pagamento de "pr�mios" para Cabral em raz�es de negocia��es do governo a respeito de tarifas, gratuidades e IPVA. Anualmente, os pr�mios giravam, em regra, de R$ 15 milh�es a R$ 20 milh�es, segundo o delator. Em 2014 essa cifra disparou e chegou a uma bonifica��o de R$ 90 milh�es depois de fechada uma nova prorroga��o da concess�o das linhas de �nibus.

O valor foi dividido em 12 vezes, com parcelas aproximadas de R$ 1,5 milh�es. Os pagamentos foram feitos at� o dia 17 de novembro de 2016, quando Cabral e Miranda foram presos. Por causa do sucesso da negocia��o da Fetranspor com o governador em 2014, al�m dos R$ 90 milh�es para Cabral, tamb�m teria havido a destina��o de R$ 6,5 milh�es � Alerj e R$ 4 milh�es para o Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ).

Miranda afirmou que em raz�o das negociatas frequentou a sede da Fetranspor, no Centro do Rio, de duas a tr�s vezes ao ano, de 2007 at� o in�cio de 2014. Em 2014, as idas come�aram a ser mais frequentes, chegando a ser semanais em 2015 e 2016. Numa das idas, Miranda revelou que Lavouras chegou a perguntar se ele havia desabilitado a fun��o localiza��o via GPS de seu celular, "uma vez que estaria preocupado com a presen�a do colaborador na sede da Fetranspor".

Miranda tamb�m revelou que Cabral tentou, em 2014, que o valor da propina fosse pago em contas na Su��a, mas o seu doleiro, Renato Chebar, desaconselhou a a��o "uma vez que isso daria publicidade �s contas secretas que Cabral possu�a naquele pa�s". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.

(Constan�a Rezende)


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