(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mesmo preso, Lula continua ditando as regras no PT

Um m�s depois da pris�o do ex-presidente em Curitiba, o PT segue no impasse sobre candidato � Presid�ncia


postado em 07/05/2018 07:00 / atualizado em 07/05/2018 07:47

Lula ainda é o único candidato do PT ao Palácio do Planalto(foto: Nelson Almeida)
Lula ainda � o �nico candidato do PT ao Pal�cio do Planalto (foto: Nelson Almeida)

Mesmo preso h� 30 dias na sede da Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba, no Paran�, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) continua ditando as regras no partido e �, at� o momento, a op��o da legenda para disputar a Presid�ncia da Rep�blica em 2018. Ainda que a condena��o a 12 anos e um m�s de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guaruj� (SP), pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4), o tornem ineleg�vel pela Lei da Ficha Limpa, boa parte dos petistas n�o admite a possibilidade de discutir um plano B para a sucess�o de Michel Temer.

O PT far� a conven��o partid�ria em 28 de julho para oficializar a candidatura de Lula e planeja registr�-la em 15 de agosto. Desde a pris�o, a estrutura pol�tica do PT nacional passou a funcionar em Curitiba. E, agora, com a autoriza��o judicial para receber amigos e aliados �s quintas-feiras – ser�o dois a cada dia, durante uma hora – Lula poder� tomar a frente de articula��es pol�ticas. Na semana passada, ele recebeu a presidente nacional da legenda, Gleisi Hofman, e o ex-ministro Jaques Wagner – que � cotado para substituir Lula ou mesmo compor zchapa com Ciro Gomes (PDT).

O presidenci�vel do PDT, ali�s, tentou visitar Lula na semana seguinte � pris�o, mas teve o pedido negado pela 12ª Vara Federal de Curitiba e pelo TRF-4, sob o argumento que o requerimento poderia ser feito apenas por familiares. Al�m de Ciro, tentaram estar com o petista o presidente do partido, Carlos Luppi, e o l�der do PDT na C�mara dos Deputados, Andr� Peixoto Figueiredo Lima. Na semana passada, Jaques Wagner chegou a sugerir o apoio do PT ao nome de Ciro – declara��o que foi recha�ada por Gleisi.

Nos bastidores, � grande a queda de bra�o entre os petistas. H� o temor que a insist�ncia no nome de Lula – que pode ser barrado pela Justi�a Eleitoral at� mesmo �s v�speras da elei��o – pode fazer com que o partido n�o tenha tempo h�bil para trabalhar outra candidatura, perdendo a chance de voltar para o cargo que ocupou por 13 anos.

Um m�s na cadeia

Lula est� preso em uma sala de 15 metros quadrados no �ltimo andar da sede da Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba. O local tem uma cama de solteiro, uma mesa e banheiro privativo. O petista tem direito a tr�s refei��es por dia, preparadas e levadas � PF por uma empresa terceirizada. Por autoriza��o do juiz S�rgio Moro, foi instalada uma televis�o com direito apenas aos canais abertos. Confira os principais acontecimentos nestes primeiros 30 dias de pris�o.

Encontro com a fam�lia

Embora a regra na sede da PF seja a visita de familiares na quarta-feira, os parentes de Lula s� poder�o v�-lo �s quintas-feiras. A troca na data foi pedida pela defesa do ex-presidente e negociada com a Pol�cia Federal. A justificativa � evitar o encontro com familiares de outros presos, como delatores que levaram Lula � pris�o e que est�o no mesmo pr�dio. Na primeira visita estiveram com o petista, durante duas horas e meia, os filhos F�bio Lu�s, Lu�s Cl�udio e Lurian e o neto Thiago.

Barrados na porta


Em 10 de abril, nove governadores foram barrados na porta da Superintend�ncia da Pol�cia Federal. Tudo porque a ju�za Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara de Execu��es Penais, negou o pedido para que eles se encontrassem com o ex-presidente Lula. No despacho, a magistrada alegou que n�o havia motivo para flexibilizar o regime de visitas. At� porque o juiz S�rgio Moro j� havia se manifestado contra qualquer privil�gio para visitas ao petista. Estiveram no local os governadores do Acre, Ti�o Viana (PT); Amap�, Valdez Goes (PDT); Alagoas, Renan Filho (PMDB); Bahia, Rui Costa (PT); Cear�, Camilo Santana (PT); Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB); Para�ba, Ricardo Coutinho (PSB); Pernambuco, Paulo C�mara (PSB); e Piau�, Wellington Dias (PT).

Novos Lulas

Na primeira semana da pris�o de Lula, mais de 60 parlamentares pediram para incluir a alcunha do petista no nome parlamentar deles no painel eletr�nico nos plen�rios da C�mara dos Deputados e Senado. O ato simb�lico � de solidariedade e protesto pela pris�o do ex-presidente. Em resposta, houve quem pediu para incluir Moro, Bolsonaro ou Lava-Jato em seus nomes parlamentares. Na Assembleia de Minas Gerais, os nove deputados estadual fizeram requerimento para alternar o nome.

Pedidos de transfer�ncia

Se dependesse da Pol�cia Federal e da Prefeitura de Curitiba, Lula j� teria deixado a capital paranaense poucos dias depois da pris�o. O primeiro pedido de transfer�ncia do petista foi apresentado no dia 11, pelo Sindicato dos Delegados de Pol�cia Federal do Paran�. Eles sugeriram que Lula fosse encaminhado para uma unidade das For�as Armadas com “efetivo e estrutura � altura dos riscos envolvidos”. Dois dias depois, em 13 de abril, foi a vez de a Procuradoria-Geral da prefeitura de Curitiba solicitar � Justi�a Federal a transfer�ncia dele para local n�o indicado. O argumento � que a perman�ncia do ex-presidente na sede da PF causa “transtornos a funcion�rios da corpora��o e moradores”.

O real do “Lula livre”

J� circulam pelo pa�s v�rias notas com a mensagem carimbada “Lula livre”. Foram tantas as informa��es nas redes sociais e grupos de WhatsApp de que o Banco Central teria proibido a rede banc�ria de aceitar as notas carimbadas ou escritas, que o pr�prio �rg�o emitiu uma nota, no �ltimo dia 2, em que desmentiu a vers�o. “C�dulas com rabiscos, s�mbolos ou quaisquer marcas estranhas continuam com valor e podem ser trocadas ou depositadas na rede banc�ria”, diz o texto. De acordo com o BC, notas “descaracterizadas” apresentadas na rede banc�ria ser�o recolhidas para destrui��o, mas isso n�o tira o valor das c�dulas.

Atentado a vig�lia

Um acampamento foi montado a 750 metros da sede da PF em Curitiba, onde apoiadores garante que far�o uma vig�lia at� que o petista seja solto. No dia 28, o grupo foi alvo de um ataque a tiros por volta das 4h da madrugada, deixando duas pessoas feridas. Jeferson Lima de Menezes, de 39 anos, foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador com um tiro no pesco�o, de rasp�o. Ele chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador, na capital paranaense, mas n�o houve necessidade de procedimento cir�rgico. Os tiros aconteceram no mesmo dia em que completou o ataque contra �nibus da caravana de Lula pelo Sul do pa�s, tamb�m no Paran�. Houve amea�as de morte antes dos tiros, segundo testemunhas.

Por dentro da pol�tica

Depois de vetar a visita de amigos e aliados pol�ticos, no �ltimo dia 3, a ju�za Carolina Lebbos autorizou que duas pessoas fora do c�rculo familiar de Lula, pedidas por ele por meio de sua defesa, possam v�-lo durante uma hora �s quintas-feiras. Familiares e amigos ter�o que se revezar, j� que s� � permitida a entrada de duas pessoas a cada vez. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hofmann (PR), e o ex-ministro Jaques Wagner (PT) foram os primeiros autorizados a estar com Lula.

Entrevista � Al Jazeera


Logo que Lula foi preso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deu v�rias entrevistas � imprensa internacional queixando-se do que classificou como uma pris�o pol�tica. Mas uma em especial, concedida � rede de TV AL Jazeera, ganhou os holofotes. Tudo porque a oposi��o acusou a senadora de crime contra a seguran�a nacional por ter falado � principal rede de televis�o do mundo �rabe. A entrevista foi parar na Procuradoria-Geral da Rep�blica, por meio de uma representa��o apresentada pelo deputado Major Ol�mpio (PSL-SP). O vice-procurador-geral da Rep�blica, Luciano Mariz Maia, arquivou o pedido. “O que foi dito pela presidente do PT e senadora � um discurso pol�tico, em leg�tima manifesta��o de seu pensamento e de sua opini�o. Sua manifesta��o n�o caracteriza conduta t�pica, pun�vel e culp�vel”, alegou.

Julgamento virtual


O Supremo Tribunal Federal (STF) come�ou na �ltima sexta-feira o julgamento virtual de um pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-presidente Lula. Os ministros da Suprema Corte t�m at� a pr�xima sexta-feira para apresentar o voto, mas podem faz�-lo antes.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)