A resposta dos militares � divulga��o do documento da CIA de 1974, que contesta a imagem do ex-presidente Ernesto Geisel de defensor da abertura pol�tica e o acusa de ter endossado a execu��o de presos pol�ticos, veio por meio do presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel.
Sem citar diretamente o nome do deputado-capit�o Jair Bolsonaro (PSL), pr�-candidato ao Pal�cio do Planalto, o general Pimentel disse que a publica��o acontece no momento em que ele est� em posi��o privilegiada nas pesquisas eleitorais e que um n�mero expressivo de militares decidiu se candidatar a diversos cargos nas pr�ximas elei��es.
Depois de destacar que o documento "n�o vale um tost�o furado", o general Pimentel afirmou � reportagem que os ex-presidentes Ernesto Geisel e Jo�o Figueiredo foram "homens de bem" e que os que viveram este tempo "sabem bem que os objetivos que estabeleceram �quela altura do governo militar n�o abrigavam esse tipo de a��o".
Segundo ele, "a ordem era restabelecer a plenitude da democracia e devolver o poder aos civis".
Para o presidente do Clube Militar, institui��o que costuma ser a voz da categoria, quando o Ex�rcito, em particular, e as For�as Armadas s�o atacadas, declarou que "n�o se surpreendia" com a divulga��o de um documento e que o momento tem a ver com a posi��o de lideran�a de Jair Bolsonaro nas pesquisas, sem citar seu nome.
"A oportunidade para mim � clara", comentou. "Temos agora na lideran�a das pesquisas para as elei��es presidenciais um candidato que surgiu do nosso meio e um grupo expressivo de militares que, democraticamente, nesses dias consolidou a inten��o de candidatar-se aos mais variados cargos de governo, desde os municipais, passando pelos estaduais at� os federais", justificou, referindo-se � mat�ria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrando que pelo menos 71 militares de todos os postos pretendem se candidatar a presidente da Rep�blica, senador, deputados federal, estadual e vereadores, em 25 Estados e no Distrito Federal. A �nica exce��o � o Acre, mas os militares ainda buscam candidatos no Estado.
O general Pimentel afirmou ainda que, "em rela��o aos militares, aceitam como fato consumado uma vers�o cuja fonte e grau de veracidade sequer s�o colocados em d�vida". Ele criticou a forma como os militares s�o tratados.
"Hoje, quem tem direito a distorcer os fatos s�o os bandidos em rela��o � pol�cia que os combate, e, ontem, os subversivos terroristas que pretenderam implantar no Brasil uma ditadura do proletariado com rela��o �s for�as legais que lhes deram combate", completou.
As afirma��es do general coincidem com a opini�o de militares da ativa, que n�o podem se pronunciar, mas salientaram que se disseram "perplexos" com a divulga��o do texto "somente agora", considerada "completamente extempor�nea" por eles.
Todos desqualificaram o documento, alegando que eles v�o contra fatos "comprovadamente hist�ricos", que visam denegrir a imagem das For�as Armadas, al�m de tentar prejudicar Bolsonaro e os demais candidatos militares.