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Estado de Minas

Peritos acham 2 mil codinomes em sistema de propina da Odebrecht

O material cont�m e-mails de executivos com solicita��o de pagamento a pol�ticos e a membros da administra��o p�blica identificados pelos codinomes, planilhas com detalhes dos repasses, recibos de dep�sitos e mensagens entre funcion�rios da empresa e os operadores de propina


postado em 28/05/2018 11:09

A Odebrecht afirma que colabora com a Justiça (foto: Newton Menezes/Futura Press)
A Odebrecht afirma que colabora com a Justi�a (foto: Newton Menezes/Futura Press)

Os peritos criminais da Pol�cia Federal em Curitiba identificaram dois mil codinomes em meio a 100 milh�es de itens encontrados nos sistemas Drousys e Mywebday, utilizados pelo Setor de Opera��es Estruturadas da Odebrecht - chamado por investigadores de "departamento da propina". As informa��es est�o em HDs com a c�pia dos 54 terabytes encontrados em endere�os virtuais hospedados em data centers na Su��a e Su�cia.

O material cont�m e-mails de executivos com solicita��o de pagamento a pol�ticos e a membros da administra��o p�blica identificados pelos codinomes, planilhas com detalhes dos repasses, recibos de dep�sitos e mensagens entre funcion�rios da empresa e os operadores de propina respons�veis pelas entregas de valores, entre outras milhares de informa��es. O material � relacionado a mais de 100 obras em 10 pa�ses.

Os sistemas da empreiteira est�o sendo analisados por 10 peritos de duas especialidades distintas, inform�tica e contabilidade. O jornal O Estado de S. Paulo entrevistou dois desses peritos, o especialista em inform�tica Rodrigo Lange e Ricardo Hurtado que atua na �rea cont�bil-financeira.

Eles trabalham na sala cofre com cerca de 25 metros quadrados, feita em concreto, com janelas bloqueadas por grades de ferro e porta blindada. O acesso � liberado mediante a confirma��o de identidade por biometria e os registros de entrada s�o audit�veis. A �rea � monitorada por c�meras e n�o h� qualquer tipo de conex�o com redes externas.

Para Hurtado, se fosse criado no Brasil um museu da corrup��o os sistemas do departamento de propina da Odebrecht seriam itens em exposi��o. Atuando em grandes investiga��es da PF h� 11 anos, Lange afirma nunca ter se deparado com uma tecnologia como a utilizada pela empreiteira baiana. "E duvido que algum investigador no Brasil tenha tido contato com algo desse n�vel de sofistica��o."

Os peritos especializados em inform�tica encontram, desbloqueiam e organizam as informa��es. O trabalho com a enorme quantidade de dados s� � poss�vel com a utiliza��o do Iped, ferramenta desenvolvida pelo perito Luis Nassif para uso na Lava-Jato. O programa indexa dados e permite a busca com filtros aos milh�es de arquivos.

Os financeiros-cont�beis interpretam esses dados catalogados e produzem os laudos para responder �s perguntas do juiz, dos investigadores e das defesas. "Nunca tinha visto um sistema de pagamentos indevidos assim, geralmente s�o caminhos mais simples Talvez no caso Banestado, mas em sofistica��o e profissionaliza��o de um departamento eu nunca havia visto algo dessa forma", diz Hurtado.

At� o momento, os peritos produziram dois laudos a pedido do juiz S�rgio Moro e outros quatro solicitados por investigadores que conduzem inqu�ritos cujos alvos s�o pol�ticos e, portanto, tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

S�tio de Atibaia


Um dos laudos indicou o caminho do dinheiro utilizado na reforma do s�tio de Atibaia, piv� de den�ncia contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. O laudo 808/18 mapeia por meio dos itens encontrados nos sistemas o dinheiro saindo de contratos da Odebrecht no exterior e no Brasil para abastecer um "caixa �nico". Foi desse caixa que o engenheiro da empresa respons�vel pela obra recebeu R$ 700 mil que, segundo o MPF, pagou parte das obras.

O Drousys � um aplicativo utilizado na comunica��o entre os funcion�rios do departamento, executivos da empresa e operadores O Mywebday era o sistema de contabilidade em si, onde ficavam armazenadas todas as informa��es sobre os pagamentos - desde o e-mail enviado pelo executivo para liberar o repasse, passando pelas planilhas produzidas com base nos pagamentos at� os recibos das transa��es.

Os peritos ainda n�o conseguiram acessar os arquivos do Mwwebday A PF ainda n�o conseguiu quebrar o sistema de seguran�a. Entretanto, os especialistas em inform�tica encontraram dentro dos arquivos um backup que come�ou a ser analisado. Desde que assinou acordo de leni�ncia, a Odebrecht afirma que colabora com a Justi�a.


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