S�o Paulo, 22 - Dois dias depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou delegados de pol�cia a fecharem acordos de dela��o premiada, o desembargador Jo�o Pedro Gebran Neto, relator da Opera��o Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF-4), homologou nesta sexta-feira, 22, a dela��o do ex-ministro Antonio Palocci. O conte�do dos anexos da dela��o de Palocci � mantido em sigilo pelo TRF-4.
Em a��es da Lava Jato j� em curso, o petista j� prestou depoimentos em que confessou crimes e revelou suposto "pacto de sangue" do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva com o empreiteiro Em�lio Odebrecht.
A Lava Jato apreendeu R$ 70 milh�es de Palocci. Investigadores informaram que ele vai sair com R$ 35 milh�es, ou seja, a Justi�a dever� manter o confisco de apenas metade daquele montante.
Em interrogat�rio no �mbito de a��o penal em que Lula responde por supostas propinas de R$ 12,5 milh�es da Odebrecht, Palocci confessou negociar propinas em 2010, quando teria sido acertado um pacto de R$ 300 milh�es em corrup��o ao PT.
Outra sinaliza��o do acordo foi a carta de desfilia��o do PT, redigida de pr�prio punho e divulgada em setembro de 2017, em que incriminava Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff.
"N�o posso deixar de registrar a evolu��o e o ac�mulo de eventos de corrup��o em nossos governos e, principalmente, a partir do segundo governo Lula", escreveu.
A colabora��o deve fortalecer as acusa��es contra Lula, condenado e preso na Lava Jato, e abrir frentes de investiga��o ligadas aos setores financeiro e automobil�stico, al�m do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).
Homem de confian�a dos dois governos petistas, Palocci buscou a PF ap�s sua negocia��o com o Minist�rio P�blico Federal n�o avan�ar.
A dela��o � homologada dois dias ap�s o Supremo Tribunal Federal decidir, por 10 a 1, que a Pol�cia pode conduzir acordos de colabora��o premiada sem aval do Minist�rio P�blico.
(Ricardo Brandt, Luiz Vassallo, Julia Affonso e Teo Cury)
