
S�o Paulo - O senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) n�o ser� mais candidato � Presid�ncia - embora para muitos a surpresa tenha sido descobrir, agora, que ele estava disposto a disputar novamente o cargo mais alto da Rep�blica.
Um dos ind�cios de que a pr�-candidatura de Collor estava passando despercebida � que o comunicado oficial do partido, dizendo que a legenda n�o teria candidatura pr�pria � Presid�ncia, est� no site do PTC desde o dia 20, mas s� chamou aten��o nesta ter�a-feira, 26, cinco dias depois, quando o site Poder 360 publicou nota sobre o assunto.
O comunicado, assinado pelo presidente da legenda, Daniel Tourinho, diz que "sobreviv�ncia" do partido foi um dos motivos para a desist�ncia da candidatura pr�pria. Segundo Tourinho, "a principal luta da institui��o" ser� atingir ao menos 1,5% dos votos v�lidos para a C�mara (em nove Estados ou eleger pelo menos nove deputados em nove Estados). Com isso, a sigla ultrapassaria a chamada cl�usula de barreira, aprovada na reforma eleitoral no ano passado e que restringe o acesso dos partidos ao Fundo Partid�rio.
O nome de Collor n�o � citado na nota do partido. O ex-presidente n�o comentou a decis�o nem fez qualquer men��o ao fato em suas redes sociais. At� onde se sabe, ele tamb�m pouco fez pela pr�pria pr�-campanha. No per�odo em que os interessados na disputa estavam se desdobrando em a��es p�blicas e de marketing, Collor preferiu viajar em miss�o oficial � Coreia do Norte - com o objetivo de reorganizar a embaixada brasileira em Pyongyang.
Rejei��o
Collor s� teve destaque no notici�rio eleitoral quando pesquisa do instituto Datafolha apontou seu nome como o mais rejeitado pelos eleitores. O ex-presidente, que parecia fadado a ocupar o mesmo espa�o de nomes como Levy Fidelix e Jos� Maria Eymael na disputa de outubro, j� obteve 35 milh�es de votos - sendo eleito o primeiro presidente p�s-redemocratiza��o em 1989.
Na ocasi�o, o ent�o "ca�ador de maraj�s" venceu o petista Luiz In�cio Lula da Silva - atualmente condenado e preso na Lava Jato - no segundo turno. Ele comandou o Pa�s entre 1990 e 1992, quando renunciou � Presid�ncia em 29 de dezembro, antes que o processo de impeachment fosse aprovado.
Este ano, a pr�-candidatura do senador n�o entusiasmou. Assim como em 1989, ele se declarou pr�-candidato em Arapiraca, no agreste alagoano. Especulou-se at� que, desta vez, o comit� central de sua campanha seria na cidade com pouco mais de 230 mil habitantes. A escolha tamb�m pode ter sido um tanto supersticiosa - j� que h� 29 anos corria a informa��o de que era em Arapiraca que viveria uma suposta vidente de Collor.
Ele confirmou sua pr�-candidatura em fevereiro, quando na tribuna do Senado at� citou fil�sofo alem�o. "Como disse Schopenhauer, o destino baralha as cartas, e n�s jogamos", afirmou.
Aparentemente sem o �mpeto de outrora (quando j� declarou ter "aquilo roxo"), Collor n�o deve contestar a decis�o do partido e permanecer onde est�: senador por mais quatro anos.