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Estado de Minas POL�TICA

Interna��o de Bolsonaro imobiliza sua campanha

O maior receio da c�pula da campanha � que uma interna��o mais longa consolide uma imagem de fragilidade do deputado


postado em 14/09/2018 08:47 / atualizado em 14/09/2018 09:39

Uma segunda cirurgia no intestino tornou a recupera��o de Jair Bolsonaro mais demorada e deixou em suspense a campanha do candidato do PSL � Presid�ncia. A c�pula da campanha bolsonarista est� virtualmente paralisada e �s cegas, sem a orienta��o do presidenci�vel, que lidera as pesquisas de inten��o de voto. O maior receio � de que uma interna��o mais longa consolide uma imagem de fragilidade do deputado.

A opera��o de emerg�ncia, realizada na noite de quarta-feira, 12, pode impor limita��es que se estender�o at� mesmo ao per�odo p�s-eleitoral. Segundo m�dicos especialistas ouvidos pela reportagem, se n�o houver complica��es, ele s� estaria plenamente recuperado em um prazo de 4 a 6 meses. Isso porque Bolsonaro ter� de passar por uma terceira cirurgia.

Aliados pr�ximos do candidato admitem que as decis�es finais na campanha quase sempre cabiam ao candidato. Sua interna��o no Hospital Albert Einstein, na zona sul de S�o Paulo, contudo, dever� se estender por no m�nimo dez dias. Bolsonaro foi esfaqueado no abdome h� oito dias durante uma agenda em Juiz de Fora (MG).

Ap�s duas cirurgias, o candidato precisou voltar para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mal consegue falar. Praticamente s� os parentes t�m acesso ao presidenci�vel.

Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, cirurgi�o-chefe da equipe m�dica de Bolsonaro, afirmou que o presidenci�vel ficar� internado por um per�odo de 10 a 15 dias, caso n�o ocorra nenhuma outra complica��o. A estimativa, portanto, foi ampliada em rela��o � previs�o inicial dos especialistas, que, na data do atentado, afirmaram que o tempo m�dio de interna��o em casos do tipo � de uma semana a dez dias.

Uma das dificuldades enfrentadas pela campanha � a falta de dinheiro. Ela impossibilita a contrata��o de pesquisas de opini�o p�blica. Assim, a c�pula da candidatura n�o sabe qual ser� o efeito no eleitorado do ataque - e n�o tem seguran�a para agir.

Um dos pontos em discuss�o � a imagem de um Bolsonaro fr�gil, por causa da interna��o. Geralmente, o deputado � associado a posi��es de for�a e � defesa de bandeiras pol�micas, como a libera��o do porte de armas para todos os cidad�os.

Filhos

A campanha se ressente da falta de Bolsonaro nas ruas. Ele tinha para estes dias vasta agenda no Nordeste, cancelada. Os filhos do presidenci�vel dividiram tarefas. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e seu irm�o, o deputado estadual Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), foram para Bras�lia no in�cio da semana.

Reuniram-se com policiais federais para saber das investiga��es do ataque. Depois, voltaram para seus Estados - Eduardo faz campanha por S�o Paulo e Fl�vio tenta o Senado pelo Rio. Vereador na capital fluminense, o outro filho do presidenci�vel, Carlos Bolsonaro, ficou com o pai, no hospital.

O acesso ao deputado no hospital foi restringido. O candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Hamilton Mour�o, j� tinha se posicionado contra a entrada de aliados no quarto do candidato para fazer v�deos. O general da reserva passou a semana pedindo "cautela".

Mour�o tamb�m deixou claro que a campanha de "vitimiza��o" tinha saturado e era preciso focar no debate de propostas. Com presen�a nas entrevistas e sabatinas bem avaliada por aliados, Mour�o � a aposta do grupo de generais da reserva do Ex�rcito para minimizar a aus�ncia do candidato ao Planalto no per�odo de interna��o.

Restri��es

As les�es causadas pela facada e a necessidade de duas opera��es fazem com que haja riscos de novas obstru��es intestinais e infec��es. O quadro delicado indica que, mesmo ap�s as elei��es, Bolsonaro ainda poder� ter restri��es alimentares, dificuldades para andar, n�useas e outros desconfortos digestivos. Isso deve atrapalhar agendas p�blicas, viagens e corpo a corpo com simpatizantes.

A cicatriza��o interna (das les�es do intestino) dura, em m�dia, 10 dias, mas a externa (da pele) s� � considerada completa depois de tr�s meses. "Pode haver rigidez na regi�o da cicatriza��o. Mesmo que esteja andando, ser� mais devagar", disse o professor de cirurgia da Faculdade de Medicina da USP Sergio Mies.

"Com um m�s, o paciente j� � liberado para as atividades corriqueiras, mas existem restri��es da convalesc�ncia. N�o d� para ser carregado, subir em carro de som", afirmou o professor de gastroenterologia cir�rgica Alberto Goldenberg, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp).

Bolsonaro ainda ter� de se acostumar a conviver com a bolsa coletora de fezes, colocada ap�s a realiza��o da colostomia. "� preciso esvazi�-la v�rias vezes ao dia. Muitos evitam viagem de avi�o, por exemplo", disse Mies. Mas, segundo os especialistas, h� produtos mais modernos que facilitam a vida do paciente na troca da bolsa. "A presen�a da bolsa em si n�o impede o paciente de fazer atividade f�sica, trabalhar, namorar", afirmou o cirurgi�o do aparelho digestivo F�bio Atu�.

De acordo com os m�dicos, a retirada da bolsa, em m�dia, ocorre de dois a tr�s meses ap�s a primeira cirurgia, o que seria pr�ximo de uma eventual posse como presidente. Quando h� infec��es na recupera��o, esse prazo � ampliado.


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