
"Eu n�o voto em nenhum dos dois. Eu n�o acredito em nenhum dos dois projetos, nem do Bolsonaro nem do Haddad", afirmou K�tia ao jornal O Estado de S. Paulo, frisando que a decis�o � pessoal.
A declara��o foi dada ap�s visita da senadora ao Mercado Modelo, um dos principais pontos tur�sticos de Salvador, e antes de atividade de campanha, na sede da legenda, no centro da capital baiana. Ela disse ainda, em tom cr�tico, que o perd�o do PT aos partidos apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, cassada em 2016, "foi r�pido demais, em dois anos, ainda com as feridas abertas".
A senadora, que foi candidata a governadora do Tocantins em elei��o suplementar realizada em junho deste ano, criticou os petistas tamb�m por terem apoiado seu advers�rio na disputa estadual, o candidato do PSB Carlos Amastha.
Na elei��o tocantinense, o petista C�lio Moura foi candidato a vice-governador na chapa encabe�ada por Amastha, mas o presidente da Assembleia Legislativa e governador interino Mauro Carlesse (PHS) acabou eleito com 75,14% dos votos. K�tia ficou em quarto lugar, com 15,66%, e Amastha em terceiro, com 21,41%.
"O PT apoiou meu advers�rio, deu tempo de TV para o meu advers�rio, que nem petista era. Eles n�o tinham candidato pr�prio. Ent�o custava me apoiar? Se eles quisessem ter me apoiado, eles n�o fariam mais do que a obriga��o, depois de tudo que fiz", afirmou a pedetista, em refer�ncia � sua atua��o aguerrida contra o impeachment.
"A situa��o demonstra que o PT � muito guloso, sempre quer apoio para si, mas nunca quer dar apoio a ningu�m", afirmou nesta quinta-feira a candidata a vice-presidente do PDT.
"Eu sou exemplo disso, Ciro Gomes tamb�m, e o PDT, que foi leal quase 100% no impeachment", afirmou K�tia Abreu, citando o isolamento pol�tico do presidenci�vel pedetista, provocado gra�as a movimenta��es pol�ticas lideradas pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva de dentro da carceragem da Pol�cia Federal, em Curitiba (PR), onde ele cumpre pena pela condena��o no caso do triplex do Guaruj� (SP), na Opera��o Lava Jato.
"Hoje o troco que o PT d� � na��o � se alinhar a Ciro Nogueira, do PP, chefe do impeachment, Eun�cio Oliveira, que foi um dos que coordenou o impeachment, com Renan Calheiros, que at� � meu amigo, mas foi a favor do impeachment. Ent�o ser� que teve golpe mesmo? Agora eu tenho d�vida, porque o perd�o foi bem r�pido. Dois anos s�, com as feridas abertas ainda. E eu perdi muito com tudo isso", afirmou a senadora do Tocantins.
Ela disse, contudo, que n�o tem rancor, "mas sentimentos, sim". E disse se sentir tra�da. "S� esquizofr�nico, pessoa doente, que tem algum problema mental, sem as conex�es afetivas adequadas, � que podem n�o sentir nada diante de uma trai��o", afirmou K�tia, frisando que continua amiga de Dilma Rousseff, que disputa uma vaga no Senado em Minas Gerais.
A candidata a vice de Ciro Gomes ainda saiu em defesa do aliado por declara��es consideradas pol�micas, como ter chamado o candidato a vice de Jair Bolsonaro, general Hamilton Mour�o (PRTB), de "jumento de carga". Segundo K�tia, a express�o usada por Ciro quis dizer que Mour�o � "bruto, irracional e coiceiro".
"E � isso que ele tem dado � popula��o: coice. Ele merece todos esses nomes mesmo", refor�ou a pedetista, chamando o general da reserva de "verborr�gico" e "truculento".
