
No termo de dela��o premiada n�mero 1 de Antonio Palocci, que abre a lista de revela��es do ex-ministro dos governos do PT, ele afirma que a campanha presidencial de reelei��o de Dilma Rousseff em 2014 custou R$ 800 milh�es. O valor � mais do que o dobro dos R$ 350 milh�es de gastos declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Pode citar que as campanhas presidenciais do PT custaram em 2010 e 2014, aproximadamente, 600 e 800 milh�es de reais, respectivamente", registra o Termo 1 da dela��o de Palocci, tornado p�blico nesta segunda-feira, 1, por decis�o do juiz federal S�rgio Moro - da Opera��o Lava Jato em Curitiba.
Titular de um dos pontos principais da arrecada��o do PT com o empresariado para as campanhas de Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, desde 2002, Palocci revelou em sua dela��o premiada os crimes acobertados da Justi�a nas finan�as do partido.
As "presta��es regulares registradas no TSE s�o perfeitas do ponto de vista formal". "Mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos", contou.
"A legisla��o n�o funciona e incentiva a corrup��o."
Segundo Palocci, "a maior parte das doa��es registradas no TSE � acometida de origem il�cita". "O TSE n�o tem como saber se a doa��o � il�cita, uma vez que n�o fiscaliza a origem do dinheiro."
Caixa 2
Com cinco anos de atua��o, a Lava Jato revelou em seus processos que recursos de campanhas oficiais passaram a ser usados como forma de lavar dinheiro de propinas. "Ningu�m d� dinheiro para campanhas esperando rela��es triviais com o governo", contou Palocci.
Ele confessa que era, ao lado do ex-ministros Jos� Dirceu e Guido Mantega, um dos respons�veis pela arrecada��o de fundos para o partido e suas campanhas. Apontou os ex-tesoureiro petistas Del�bio Soares, Paulo Ferreira e Jo�o Vaccari Neto - todos j� r�us da Lava Jato - como os principais arrecadadores do PT.
No seu termo de dela��o 1, Palocci diz que "julgou correto a proibi��o de doa��es como vinham sendo feitas". Para ele, "hoje h� um grande grau de desfun��o � lei eleitoral e � pol�tica partid�ria no Brasil".
Nos �ltimos dias investigadores da Lava Jato em Curitiba, Rio e S�o Paulo t�m alertado sobre um suposto movimento na surdina do meio pol�tico, que pegar� carona nas recentes decis�es do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anistiar o caixa 2.
Defesa
Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou: "A conduta adotada hoje pelo juiz S�rgio Moro na A��o Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas refor�a o car�ter pol�tico dos processos e da condena��o injusta imposta ao ex-presidente Lula.
Moro juntou ao processo, por iniciativa pr�pria ('de of�cio'), depoimento prestado pelo Sr. Ant�nio Palocci na condi��o de delator com o n�tido objetivo de tentar causar efeitos pol�ticos para Lula e seus aliados, at� porque o pr�prio juiz reconhece que n�o poder� levar tal depoimento em considera��o no julgamento da a��o penal. Soma-se a isso o fato de que a dela��o foi recusada pelo Minist�rio P�blico. Al�m disso, a hip�tese acusat�ria foi destru�da pelas provas constitu�das nos autos, inclusive por laudos periciais.
Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benef�cios que v�o da redu��o substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de 'perd�o judicial' - e da manuten��o de parte substancial dos valores encontrados em suas contas banc�rias."