
O promotor Claudio Calo, respons�vel pelo caso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) envolvendo o ex-assessor de Fl�vio Bolsonaro (PSL), Fabr�cio Queiroz, se manifestou publicamente sobre o assunto e compartilhou posts sobre a fam�lia do presidente, Jair Bolsonaro (PSL), em sua conta no Twitter.
As publica��es foram feitas antes de ele receber o caso, no final da tarde desta segunda-feira, 4. As a��es foram reveladas pelo jornal O Globo e confirmadas pela reportagem.
Em uma das publica��es, Calo disse que o relat�rio do Coaf n�o necessariamente indica crime e compartilhou posts feitos por Fl�vio Bolsonaro anunciando que iria dar entrevistas � imprensa. Ele tamb�m compartilhou um post feito pelo irm�o de Fl�vio, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), em que ele critica a abordagem da imprensa � viagem de seu pai para Davos.
As postagens foram criticadas nas redes sociais por pessoas que questionaram a imparcialidade do promotor. No in�cio da tarde desta ter�a-feira, 5, Calo disse ao Estado e tamb�m � Revista �poca que ainda n�o decidiu se deixar� o caso por conta de suas publica��es.
"N�o tem nada de concreto. Recebi os 11 procedimentos investigat�rios ontem, no final da tarde. N�o tive sequer tempo de analis�-los. Tudo que est� sendo publicado �, at� agora, especula��o", disse.
Ele tamb�m afirmou que suas manifesta��es no Twitter "s�o de professor de direito, palestrante e articulista". "N�o trato de casos em rede social e nem de investigados. Sequer me identifico como membro do MPRJ. Sigo v�rios parlamentares e governadores, a fim de fazer sugest�es. Vide mensagens que postei no Twitter Wilson Witzel, dentre outros juristas e jornalistas, sempre com vis�o cr�tica", argumentou.
O promotor ressaltou que � integrante de uma associa��o denominada de Movimento de Combate � Impunidade, que tem membros do MP e do Judici�rio e que suas mensagens no Twitter n�o demonstram prefer�ncias pol�ticas, "mas cr�ticas jur�dicas, sugest�es legislativas e preocupa��o com er�rio". "Essa � a pauta", afirmou.
Sobre o retu�te de Carlos Bolsonaro, o promotor disse que a sua interpreta��o sobre a mensagem do vereador n�o foi a cr�tica a m�dia, mas, "aparentemente, os poucos gastos com a viagem e menos gastos para o er�rio". "N�o rtt (retu�te) a mensagem do Carlos Bolsonaro porque criticou a imprensa, mas porque afirmou que a viagem a Davos foi pouco onerosa para o er�rio", disse.
A investiga��o estava a cargo do procurador-geral de Justi�a do Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro (MP-RJ), Eduardo Gussem, mas o caso deixou de ser de sua al�ada porque Fl�vio Bolsonaro, que era deputado estadual no Rio de Janeiro, assumiu uma cadeira no Senado.
Caso o promotor pe�a para deixar o caso, ele deve comunicar a decis�o ao coordenador da Central de Inqu�ritos do MP, que redistribuir� o caso. Nos bastidores do MP, entre os promotores, h� um indicativo que Calo dificilmente ficar� no caso. "N�o h� clima para isso", disse um integrante do �rg�o ao Estado que n�o quis se identificar. "� muita press�o para quem de alguma forma j� externou posi��es sobre um dos envolvidos", completou.
No ano passado, Claudio Calo assinou a den�ncia contra os ex-chefes da Pol�cia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Carlos Leba, acusados de crimes contra a Lei de Licita��es. Na ocasi�o, o Minist�rio P�blico pediu o afastamento de Barbosa do cargo, o que a Justi�a acabou negando.