Com o cargo amea�ado, o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gustavo Bebianno, passou a quinta-feira, 14, num hotel, em Bras�lia, recebendo aliados. Ignorado pelo presidente Jair Bolsonaro, que n�o o recebeu, chegou a ter um pico de press�o no meio da tarde.
O ministro convocou para seu front o empres�rio Paulo Marinho, amigo de longa data e suplente de Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado. Marinho estava em S�o Paulo e voou para a capital t�o logo foi chamado, ainda na tarde de quarta-feira.
A pedido do ministro, Marinho permaneceu em Bras�lia na quinta. Ele atuou em duas frentes: dando conselhos a Bebianno sobre como reagir � crise e em conversas pontuais com integrantes do governo por telefone. N�o houve contato, por�m, com Fl�vio Bolsonaro. A interlocutores, Marinho dizia n�o acreditar que Bebianno deixaria o governo e que ele logo se entenderia com o "capit�o", como costuma se referir a Jair Bolsonaro.
Marinho tamb�m � visto com desconfian�a pelos filhos de Bolsonaro. Nos bastidores, atribuem a ele uma articula��o, em conjunto com Bebianno, para cassar o mandato de Fl�vio no Senado. Assim, Marinho assumiria.
Agenda
No in�cio do dia, Bebianno tinha diversos compromissos previstos na agenda. Entre eles, participaria de uma reuni�o interministerial no Planalto e da cerim�nia de transmiss�o do cargo de chefe do Centro de Comunica��o do Ex�rcito. Acuado, cancelou todos os compromissos no meio da manh�.
O ministro tentava articular a sua perman�ncia no governo ou, pelo menos, uma sa�da honrosa. Para isso, esperava ser recebido por Bolsonaro, o que n�o aconteceu. No lugar, foi recebido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no Pal�cio do Planalto.
� noite, divulgou uma nota para se defender e ganhar uma sobrevida no cargo. No texto, alega que n�o foi respons�vel pelas candidaturas de Pernambuco e destaca que era respons�vel apenas pelas contas do ent�o candidato Jair Bolsonaro.
"Meu trabalho foi executado com total transpar�ncia e lisura. As contas da chapa do ent�o candidato Jair Bolsonaro, que estavam sob minha responsabilidade, foram aprovadas e elogiadas pelos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", escreveu.
Antes, em entrevista � revista Cruso� no fim da tarde, Bebianno voltou a negar que deixar� o cargo e declarou que foi "jogado aos le�es".
"Ele (Carlos Bolsonaro) n�o � nada no governo. Eu sou um ministro. Tenho de respeitar a liturgia do cargo. Eu respeito o meu presidente. Eu estou sendo jogado aos le�es de maneira injusta, mas eu continuo exercendo o meu papel de proteger o presidente da Rep�blica, de seguir a liturgia. Eu n�o sou moleque para ficar batendo boca em rede social", disse.
Na avalia��o de Bebianno, o presidente tem receio de que o caso envolvendo candidaturas laranjas possa "respingar" nele. O ministro presidiu a legenda durante a campanha eleitoral e recaem sobre ele suspeitas de desvio de verba p�blica por meio de candidaturas laranjas.
Abatimento
Integrantes do PSL que o visitaram afirmaram que ele estava abatido. A avalia��o � de que a crise tem como fundamento as desaven�as de Bebianno com o vereador Carlos Bolsonaro. Os desentendimentos v�m ainda do per�odo da transi��o. O filho do presidente se revoltou quando o ent�o presidente do PSL precipitou uma articula��o na c�pula do futuro governo e divulgou que ele, Carlos, comandaria a comunica��o do Planalto.
A perman�ncia de Bebianno � vista como dif�cil mesmo por pessoas pr�ximas ao ministro. A negativa de Bolsonaro para receb�-lo para conversar foi vista como sinal de desprest�gio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.