Ap�s a repercuss�o negativa da postagem feita pelo presidente Jair Bolsonaro sobre o carnaval, aliados e articuladores pol�ticos do Planalto temem que o epis�dio gere uma crise nos bastidores do Congresso Nacional. Al�m dos parlamentares da oposi��o criticarem a postura do chefe de Estado, aliados veem com resist�ncia o epis�dio, mas minimizam qualquer tipo de impasse entre os Poderes.
O senador Major Olimpio (PSL-SP) classificou a postagem do presidente como “direta” e “sincera”, que apenas mostrou a “indigna��o dele com pessoas que extrapolam no carnaval e ferem o princ�pio de conviv�ncia social”. “A forma de demonstrar isso se transformou em um assunto de ampla discuss�o n�o s� no Brasil, mas no mundo todo. Mas isso n�o vai atrapalhar na conviv�ncia do Executivo com o Legislativo”, pontuou. O parlamentar disse ainda que as cr�ticas a ele seriam para “criar um antagonismo com o novo governo” e que, at� o momento, aliados n�o temem interfer�ncia na popularidade dele no Congresso Nacional.
J� para o l�der da oposi��o na C�mara, Alessandro Molon (PSB-RJ), a declara��o do presidente � “inacredit�vel” e “incompat�vel” com o decoro do cargo que ocupa. “Passa uma imagem p�ssima do Brasil. Quem n�o conhece o pa�s vai imaginar que o carnaval � aquela postagem. A atitude dele � incongruente, uma vez que, em Davos, estimulou a visita de estrangeiros para c�”, ressaltou.
Para o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), aliado do governo, a atitude de Bolsonaro n�o foi bem vista. “H� muitas boas raz�es para criticar o carnaval, n�o faltam problemas que poderiam ser evidenciados e evitados. Isso n�o justifica mostrar uma obscenidade para milh�es de fam�lias por meio de uma rede social sob o pretexto de criticar a festa. Isso n�o � postura de conservador”, escreveu no Twitter.
Segundo Thiago Vidal, gerente de an�lise pol�tica da Prospectiva Macropol�tica, n�o � apenas a publica��o sobre o carnaval que pode amea�ar a aceita��o do novo governo entre congressistas, mas a s�rie de epis�dios de mal-estar que envolvem o Planalto, como as pol�micas envolvendo o filho e senador Fl�vio Bolsonaro, a demiss�o de Gustavo Bebianno e a rela��o dele com o outro filho, Carlos Bolsonaro. “Com isso, a reforma da Previd�ncia fica mais cara e a seriedade com que o governo se comporta respinga, inclusive, na aprova��o de projetos fundamentais para o Planalto”, acrescenta.
Tempo
Para ir ao Plen�rio, a PEC 6/2019, do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem de passar pela aprecia��o de m�rito da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a e de Cidadania (CCJ) da C�mara, que sequer est� formada. A expectativa � de que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), instale a comiss�o ap�s retornarem do recesso de carnaval, seis dias depois do pa�s, em 12 de mar�o.
O deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ) faz uma avalia��o conservadora e acredita que a PEC v� a plen�rio na C�mara em meados de junho. “As comiss�es ser�o instauradas nas pr�ximas semanas. A tramita��o deve come�ar em abril. Nesse per�odo, o governo precisa organizar a base. Se conseguir, � poss�vel a gente ver a reforma aprovada”, afirmou S�stenes. Molon v� impasses. “Para um governo organizado, com um projeto claro, uma reforma como essa j� seria um grande desafio. Para um desorganizado, vai tramitar com muita dificuldade”, avaliou.
Favor�vel a Bolsonaro, Bia Kicis (PRP-DF) defendeu o presidente da Rep�blica e disse que � precipitado afirmar que o governo n�o tenha base. “Acho que semana que vem tem que estar tudo certo. N�o tem porque demorar mais. O Brasil tem pressa. � precipitado dizer que um governo com a legitimidade de Bolsonaro n�o tenha base. Quem vai mostrar a cara e ser contra? O povo est� marcando em cima”, respondeu.
PT vai � PGR
O PT vai pedir que a Procuradoria-Geral da Rep�blica investigue o presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, pela publica��o de um v�deo pornogr�fico em sua conta no Twitter. A informa��o � do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). “A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulga��o, sem o consentimento da v�tima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, escreveu o parlamentar em sua conta na mesma rede social.