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Estado de Minas

Prefeito de Sete Lagoas renuncia ao cargo; saiba os motivos alegados

Cassado pelo TRE por abuso de poder econ�mico, Le�nidas Maciel alegou dificuldades em raz�o de bloqueios de repasses pelo estado


postado em 07/03/2019 13:24 / atualizado em 07/03/2019 15:50

(foto: Newton Franca/Especial para o EM/D.A Press)
(foto: Newton Franca/Especial para o EM/D.A Press)

Com um recurso em andamento contra a cassa��o pela Justi�a Eleitoral por abuso de poder econ�mico, o prefeito de Sete Lagoas Leone Maciel renunciou ao cargo na manh� desta quinta-feira (7). Com a decis�o, o vice Duilio de Castro(PMN), que tamb�m � processado pela atua��o nas elei��es, assume.

Na carta em que abre m�o do mandato conquistado nas urnas em 2016, o pol�tico diz ser v�tima de ataques e de um confisco de R$ 125 milh�es da cidade por parte do estado. Segundo ele, a crise financeira fez com que governar se tornasse uma “miss�o imposs�vel”.

No documento de ren�ncia endere�ada ao presidente da C�mara Municipal de Sete Lagoas, Leone diz que foi eleito por mais de 50 mil eleitores e que tentou, sem sucesso, cumprir os compromissos de gest�o. “Instaurou-se uma crise financeira devido a irresponsabilidade do Estado que confiscou mais de R$ 125 milh�es de Sete Lagoas. Desde que os repasses come�aram a ser retidos, todo o planejamento do governo foi inviabilizado”, disse.

O prefeito diz ainda ser v�tima de cal�nias que levaram seu governo a uma crise pol�tica e � ingovernabilidade. “Acredito que uma nova lideran�a � frente do munic�pio possa mudar esse cen�rio obscuro que tomou conta de nossa querida Sete Lagoas”, disse.

Leone e seu vice Duilio de Castro foram cassados em dezembro por abuso de poder econ�mico e uso indevido dos meios de comunica��o.  O julgamento dos embargos de declara��o est� marcado para a semana que vem, no dia 11 de mar�o, e ap�s a publica��o da decis�o os dois deveriam ser afastados dos cargos.

Segundo a acusa��o considerada procedente pela Justi�a Eleitoral, Leone e Duilio foram beneficiados pela distribui��o gratuita de 60 mil exemplares de uma edi��o do jornal 'Boa Not�cia' com reportagem que difamava o segundo colocado no pleito Em�lio de Vasconcelos Costa. A alega��o � que isso influenciou o resultado da elei��o.

Caso a cassa��o dos dois seja confirmada no julgamento dos embargos, a chapa pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. At� que haja outra decis�o, quem assume � o presidente da C�mara Municipal Cl�udio Henrique Nacif Gon�alves, o Caramelo, do PRB. 

Leia a carta de ren�ncia do prefeito:

Excelent�ssimo Senhor Presidente da C�mara,

Tenho mais de 40 anos de vida p�blica e, durante todo esse per�odo, v�rios feitos hist�ricos marcaram minha atua��o pol�tica. Fui vereador por vinte anos e presidente da C�mara por dez anos. Tamb�m fui vice-prefeito em duas gest�es. Em 2016, fui eleito para o meu segundo mandato como prefeito, juntamente com o vice-prefeito Du�lio de Castro, apoiado por um grande grupo pol�tico gra�as a minha trajet�ria pessoal, pol�tica e capacidade de liderar. Durante todo esse tempo, trabalhei arduamente em prol de Sete Lagoas.

Quando fui eleito dessa vez, n�o foi diferente. Depois de ter sido escolhido por mais de 50 mil eleitores, trabalhei dia e noite para fazer de Sete Lagoas uma cidade melhor, mesmo diante de todas as dificuldades. Assim que assumi, firmei e cumpri o compromisso com o funcionalismo p�blico e em um ano paguei 16 folhas de sal�rios. Ainda em campanha, propus quitar o sal�rio todo dia 28 e assim o fiz enquanto existia condi��es, de forma antecipada. Investi na �rea da sa�de e reabri o PA do Belo Vale logo no primeiro dia da minha gest�o.

Devolvi o Parque da Cascata para a popula��o. Estou realizando o sonho da casa pr�pria para 500 fam�lias e regularizando a moradia para outras mais de 1400. Al�m disso, minha atua��o foi fundamental para trazer o investimento de mais de R$1 bilh�o para a instala��o de outra f�brica da AmBev. Minha fam�lia, amigos, servidores municipais e a classe pol�tica s�o testemunhas da tentativa di�ria de fazer o bem, o certo e o melhor para o munic�pio e nossa gente.

Contudo, Sete Lagoas atualmente vive um momento muito dif�cil em que governar tornou-se quase uma miss�o imposs�vel. Instaurou-se uma crise financeira devido a irresponsabilidade do Estado que confiscou mais de R$ 125 milh�es de Sete Lagoas. Desde que os repasses come�aram a ser retidos, todo o planejamento do governo foi inviabilizado. Com recursos pr�prios, assumimos custos antes n�o previstos, principalmente, nas �reas da educa��o e da sa�de para que a popula��o n�o ficasse sem atendimento.  Contudo, mesmo diante de todos os problemas, o meu objetivo era continuar e batalhar para que a situa��o fosse regularizada.

No entanto, devido a essa forte crise financeira que atingiu Sete Lagoas, se instaurou tamb�m uma crise pol�tica. Venho sofrendo cal�nias, difama��es e at� mesmo ataques pessoais diante de um problema criado diretamente pelo governo estadual. Sempre fui homem de palavra e cumpri com minhas promessas, n�o posso deixar que a falta de compromisso do Estado e de todos aqueles que o representa apague uma hist�ria de trabalho �rduo e honesto por Sete Lagoas. 

Aproveitando dessa fragilidade da cidade, grupos se formaram, at� mesmo compostos por pessoas que antes eram aliadas, com a inten��o de minar, inviabilizar os projetos e criar obst�culos para a administra��o. E, infelizmente, tudo isso ocasionou um cen�rio de ingovernabilidade, o que impossibilitou que qualquer opera��o fosse realizada para minimizar os efeitos da crise.

Governar Sete Lagoas � conviver diariamente com decis�es que influenciam na vida de milhares de pessoas. Mas, sem d�vida, hoje tomo a decis�o mais dif�cil de minha vida.
Neste momento, renuncio ao cargo de prefeito de maneira irrecorr�vel e irretrat�vel. Saio de cabe�a erguida, com a certeza de ter feito o que pude enquanto estive na vida p�blica. Preciso zelar por mim e, principalmente, pela seguran�a da minha fam�lia.

Acredito que uma nova lideran�a � frente do munic�pio possa mudar esse cen�rio obscuro que tomou conta de nossa querida Sete Lagoas. Tenho convic��o que, sem qualquer motivo, me tornei alvo dos ataques covardes vindos de quem pensa somente em quest�es pessoais. Nunca pautei minha vida p�blica no interesse pelo poder e sim pelo bem comum. Por isso, com esse ato de coragem espero que ocorra um consenso e que a classe pol�tica volte a trabalhar para o benef�cio da cidade.

Agrade�o mais uma vez a minha fam�lia que caminhou ao meu lado em todos os momentos, inclusive nesse t�o dif�cil.

Agrade�o os pol�ticos s�rios que estiveram ao meu lado, os servidores que atuam em diversas �reas da administra��o e aos mais de 50 mil sete-lagoanos que depositaram em mim a confian�a para fazer uma Sete Lagoas melhor.

Leone Maciel Fonseca


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