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Estado de Minas

Aliados avaliam que Bolsonaro ter� que substituir ministros para aprovar PEC da Previd�ncia

Interlocu��o do governo � considerada ineficiente


postado em 10/03/2019 06:00 / atualizado em 10/03/2019 07:42

Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, presidente da Câmara, tentam afinar o discurso para aprovar a reforma da Previdência no Congresso (foto: ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)
Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, presidente da C�mara, tentam afinar o discurso para aprovar a reforma da Previd�ncia no Congresso (foto: ANT�NIO CRUZ/AG�NCIA BRASIL)


Bras�lia – A reforma da Previd�ncia ainda nem come�ou a tramitar na C�mara e a press�o por uma mudan�a ministerial j� ecoa na Esplanada dos Minist�rios. A fervura vem de diferentes segmentos. De bancadas partid�rias a tem�ticas, a reclama��o � un�nime em rela��o � comunica��o feita at� o momento pela articula��o pol�tica do governo. Sem uma interlocu��o eficiente e un�ssona, l�deres e aliados avaliam que, cedo ou tarde, o presidente Jair Bolsonaro precisar� substituir ministros para obter apoio capaz de aprovar agendas reformistas, como a pr�pria proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que atualiza as regras de aposentadoria. Ontem, Bolsonaro recebeu o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no Pal�cio da Alvorada, para discutir a reforma da Previd�ncia. Maia ficou no pal�cio por cerca de uma hora e saiu sem falar com a imprensa.

Nem aliados da bancada evang�lica poupam a articula��o. No Twitter, o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) fez duras cr�ticas � comunica��o, em coment�rio direto a Bolsonaro. “Est� p�ssima. O ego daqueles que voc�s elegeram est� t�o inflado que s� enxerga seus umbigos. Alguns ministros est�o deslumbrados com os holofotes”, reclamou. O deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), l�der do partido na C�mara, refor�a o tom. “Tem muita gente falando pelo governo e o ru�do acaba saindo estranho para as lideran�as e bancadas”, alertou.

A defesa por uma reforma ministerial � capitaneada pelo DEM, que lidera o bloco vencedor das elei��es da C�mara com outros partidos do Centr�o. A ideia � ter mais nomes ligados para melhorar a comunica��o entre Executivo e o Legislativo. Os parlamentares ainda evitam nomear publicamente os alvos, mas tr�s minist�rios s�o almejados. O do Turismo, gerido por Marcelo �lvaro Ant�nio, � o mais cobi�ado. Ele � suspeito de liberar recursos p�blicos do fundo partid�rio para candidaturas laranjas nas elei��es de 2018, quando era presidente do diret�rio estadual do PSL em Minas Gerais. Nem Bolsonaro o defende mais. No Parlamento, a avalia��o � de que a queda � uma quest�o de tempo.

Outra pasta cobi�ada � a da Educa��o, do ministro Ricardo V�lez Rodr�guez. Al�m de ter um dos cinco maiores or�amentos da Esplanada, divis�es internas despertaram a aten��o. Depois da repercuss�o negativa sobre o pedido de filmagem de crian�as cantando o Hino Nacional em escolas p�blicas, V�lez determinou o afastamento de nomes ligados ao fil�sofo Olavo de Carvalho, “guru intelectual” de Bolsonaro.

'TRAI��O'


A determina��o do ministro repercutiu mal entre os aliados de Olavo, a ponto de o epis�dio ser considerado por um deles como a “maior trai��o” dentro do governo at� agora. O pr�prio Olavo, que indicou V�lez, reagiu �s mudan�as e sugeriu que os alunos deixem o governo. O ministro da Educa��o ainda � protegido por aliados do governo, como a deputada Bia Kicis (PSL-DF), mas o desgaste pode custar caro.

A bancada da bala no Congresso quer desmembrar o minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica, de S�rgio Moro. A ideia � que o ex-juiz fique apenas com a Justi�a. A indica��o da especialista em seguran�a p�blica e pol�tica de drogas Ilona Szab� para um conselho de pol�tica prisional irritou parlamentares ligados a Bolsonaro. A press�o sobre o presidente desencadeou a exonera��o da cr�tica do porte de armas e refor�ou a ambi��o por parte da pasta comandada por Moro. A ideia de desmembrar o minist�rio da Justi�a e Seguran�a P�blica est� prevista em uma emenda apresentada pelo senador Major Olimpio (PSL-SP) � medida provis�ria (MP) que reestruturou a organiza��o dos minist�rios.

N�CLEO PRESERVADO

Os minist�rios comandados por militares tamb�m s�o cobi�ados no Congresso. Entretanto, a ambi��o deve ficar em segundo plano depois dos �ltimos movimentos do presidente Jair Bolsonaro. Na quinta-feira, o chefe do Pal�cio do Planalto afagou os oficiais das For�as Armadas. Pela manh�, declarou que liberdade e democracia s� existem quando elas querem. � noite, convocou uma transmiss�o ao vivo em rede social para falar com a sociedade ao lado de dois generais, o porta-voz da Presid�ncia, Ot�vio R�go Barros, e o ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI). Na interpreta��o de l�deres e aliados, � o recado de que o n�cleo militar ser� preservado na Esplanada.

A postura de Bolsonaro foi encarada no Parlamento como uma blindagem contra a fritura que o presidente sentiu ap�s manifesta��es controversas nas redes sociais durante o carnaval. Embora a articula��o pol�tica seja o principal alvo das cr�ticas dos congressistas, o pesselista passou a ter a credibilidade questionada depois de usar as m�dias para publicar coment�rios pol�micos durante as festividades — entre eles, a postagem de um v�deo obsceno na ter�a-feira.

Os militares d�o um respaldo social para Bolsonaro e ajudam a refor�ar a popularidade do presidente. Ao colar a imagem junto a oficiais de alto escal�o, ele se protege do fogo amigo do Parlamento e passa o sinal de que eles ser�o a trincheira do presidente. “� como se estivesse dizendo que est� bem protegido e que ir� resguardar os sustentadores”, ponderou um aliado.

A perman�ncia dos militares, entretanto, n�o � totalmente garantida. O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) n�o descarta a possibilidade de uma reforma ministerial conforme as dificuldades da articula��o pol�tica aumentem. “Os militares n�o s�o os mais recomendados para conversar com o Congresso. Quando a situa��o apertar, vamos ver quem � base.” (RC)


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