
“Que deus aben�oe o Brasil e os Estados Unidos”, afirma Jair Bolsonaro (PSL) durante entrevista coletiva com o presidente norte-americano, Donald Trump. A frase resume bem o encontro entre os dois l�deres, que ocorreu na tarde desta ter�a-feira em Washington. Temas caros � Am�rica Latina, como a situa��o venezuelana e a coopera��o econ�mica entre o governo brasileiro e o americano marcaram as declara��es dos chefes de estado. Trump e Bolsonaro ainda trocaram elogios e o presidente do Brasil declarou apoio � reelei��o do republicano, um ano antes das elei��es de 2020 nos EUA.
Jair Bolsonaro frisou que � o primeiro presidente brasileiro que n�o � “antiamericano” na �ltima d�cada e que “sempre foi admirador dos EUA”. Para ele, este � o momento de “superar velhas resist�ncias e explorar todo o vasto potencial” que h� entre os dois pa�ses. O pesselista ainda cita o apoio americano � entrada do Brasil na OCDE como “um gesto de reconhecimento” que marca “ainda mais” a uni�o entre as na��es.
O capit�o reformado do ex�rcito tamb�m disse que “o setor privado de ambos os pa�ses tem que ser protagonista” nas rela��es entre o Brasil e os Estados Unidos e pontuou a isen��o de visto para cidad�os norte-americanos como um gesto de parceria. Bolsonaro disse que as na��es s�o “contra a ideologia de g�nero, o politicamente correto e as fake news”. Mais tarde, Donald Trump afirmou que tem “orgulho de ter ouvido do presidente o termo (fake news)”.
Donald Trump ainda elogiou o filho do presidente Jair Bolsonaro e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSC), que acompanhou o pai durante o encontro. “Vejo na plateia o filho do presidente, que tem sido fant�stico”, pontuou.
Venezuela
A situa��o venezuelana tomou grande parte do tempo da entrevista coletiva com os dois chefes de Estado. Questionado se o Brasil aceitaria receber tropas norte-americanas para que uma invas�o fosse deflagrada no pa�s vizinho, Bolsonaro disse que foi discutida a “possibilidade de o Brasil entrar como um grande aliado extra-Otan” e citou a permiss�o dada aos norte-americanos para que alimentos e ajuda humanit�ria fossem deslocadas � capital de Roraima, Boa Vista.
Apesar disso, Bolsonaro ressaltou que, sobre uma poss�vel interven��o militar, o Brasil estar� disposto a fazer “o poss�vel” em parceria com os EUA para “solucionar a ditadura venezuelana”, mas que “certas quest�es n�o s�o estrat�gicas” de serem divulgadas. “(Essas quest�es) podem ser discutidas, se j� n�o foram, mas n�o poder�o ser tornadas p�blicas”, explica.
Donald Trump, por outro lado, disse que “ningu�m deu um prazo espec�fico” para agir na Venezuela, mas que “em algum ponto as coisas v�o mudar”. “N�o impusemos as san��es mais duras ainda, mas podemos fazer isso a qualquer momento”, disse. O presidente norte-americano afirmou tamb�m que “a situa��o � muito triste de se ver” e que falta � popula��o do pa�s “comida, �gua e ar-condicionado”. Ainda sobre uma interven��o militar no pa�s, Trump declarou que “todas as op��es est�o abertas”.
Reelei��o de Trump, China , socialismo e m�dias sociais
Outro ponto importante da entrevista entre Jair Bolsonaro e Donald Trump foi o apoio declarado pelo presidente brasileiro � reelei��o do l�der norte-americano. Um ano antes das elei��es gerais dos Estados Unidos, que ser�o realizadas em 2020, Bolsonaro disse que “acredita piamente na reelei��o” do republicano e que “o povo repetir� esse voto, acredito o mesmo para o Brasil (em 2022)”.
Questionado sobre a rela��o entre os Estados Unidos e o Brasil em caso de derrota do atual presidente nas elei��es de 20, Bolsonaro disse que “� um assunto interno” e que “respeitaremos o resultado” do pleito norte-americano. “Pessoas voltadas ao socialismos e, at� mesmo, ao comunismo v�o abrindo sua mente � realidade. A fronteira foi fechada para que venezuelanos que acreditam na democracia n�o migrem para o Brasil, n�o o contr�rio”, ressaltou.
Por fim, Bolsonaro foi perguntado sobre a inten��o norte-americana de diminuir a influ�ncia da China no mercado brasileiro. Foi citada uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a manuten��o das rela��es comerciais com o pa�s asi�tico e o presidente afirmou que “o Brasil vai fazer neg�cio com o maior n�mero de pa�ses poss�vel”, mas que eles n�o ser�o “direcionados por vi�s ideol�gico”.
Donald Trump ainda declarou que � preciso “fazer algo” em rela��o �s m�dias sociais, que na vis�o dele t�m desfavorecido pol�ticos e militantes republicanos ou conservadores. “Coisas acontecem, nomes desaparecem. Voc�s j� vieram esse tipo de queixa do outro lado?”, questionou.
*Estagi�rio sob supervis�o do editor Renato Scapolatempore