Zema abre nova crise com Legislativo e PSDB cobra posicionamento

O governador Romeu Zema (Novo) reassume nesta segunda-feira (15) o comando do estado com mais uma crise para solucionar com o Legislativo mineiro. Desta vez, ter� de conter a insatisfa��o criada no PSDB, maior partido aliado da sua gest�o, pela declara��o que deu a uma revista, de que todos os ex-governadores de Minas maquiaram contas.

Diante da fala, o presidente do PSDB de Minas Gerais, deputado federal Domingos S�vio (PSDB), cobrou nesta segunda-feira (15) um posicionamento em rela��o � legenda.

“� uma boa oportunidade para o Zema deixar claro que tipo de rela��o quer com o PSDB. N�s queremos colaborar com o governo para ter bons resultados, mas � preciso tamb�m que o governador nos trate da mesma forma, com respeito e considera��o”, disse o dirigente.

Inexperi�ncia e infelicidade

Domingos S�vio atribuiu a fala do governador � “inexperi�ncia” e "falta de traquejo na pol�tica” e disse atuar como bombeiro, para amenizar a situa��o.

“Ele pode ter tido a infelicidade de generalizar, como se fossem os governos anteriores mas na verdade foi o governo anterior que entregou a ele um estado destru�do. Prova disso � que o pr�prio Pimentel continuou com as contas em dia durante metade do seu mandato, pagava sal�rio e fornecedores em dia. Ent�o � �bvio que herdou o estado em situa��es normais”, disse.

Mentiroso

A ferida com os tucanos foi exposta publicamente no fim de semana pelo l�der do bloco governista na Assembleia, Gustavo Valadares, que usou o Twitter para criticar Zema pela declara��o dada � revista Isto� Dinheiro.

“Espero que rapidamente mais esse ato demag�gico e mentiroso seja desmentido ...n�o se trata de um fato verdadeiro e n�o � assim que tratamos aliados. Que esse final de semana lhe sirva para rever seus conceitos, Romeu Zema”, postou Valadares, que nesta segunda-feira disse que o que tinha a dizer estava escrito na rede.

Conversa

O deputado Luiz Humberto Carneiro, l�der do governo de Zema – que tamb�m � tucano e ocupou a mesma fun��o no governo do agora senador Antonio Anastasia – admitiu a derrapada e disse esperar “contornar a situa��o” junto com o governador.

“O governador est� se equivocando. N�o que seja mentira, mas realmente � uma inverdade porque isso n�o aconteceu. Todos l� (na Assembleia) participaram de governos anteriores e n�o tem nada de errado, os or�amentos e as contas foram aprovados pelo Legislativo”, disse.

Para o tucano, a fala de Zema sobre a maquiagem das contas foi fruto de m� informa��o e isso � coisa do passado. “Ele chega hoje ou amanh� e devemos conversar sobre isso”, afirmou.

A crise foi criada durante viagem do governador Romeu Zema aos Estados Unidos, do dia 5 de abril at� esta segunda-feira. No per�odo, o vice Paulo Brant assumiu o comando do estado.

Nenhum projeto aprovado

O governador Romeu Zema n�o conseguiu aprovar nenhum projeto na Assembleia desde o in�cio de sua gest�o. A proposta de reforma administrativa enviada ao Legislativo aguarda a designa��o de relator no plen�rio, j� que n�o houve acordo para que fosse votada nas comiss�es.

Mais de 100 emendas j� foram apresentadas alterando as principais medidas pedidas pelo Executivo como a extin��o ou incorpora��o de �rg�os da administra��o. Os parlamentares tamb�m querem acabar com o excesso de poder dado ao governador ao remeter mudan�as a decretos.

Outro lado

O governador Romeu Zema afirmou ao Estado de Minas que a express�o "maquiagem" que usou para falar dos governos anteriores em entrevista � revista Isto� Dinheiro foi "impr�pria". Questionado sobre as cobran�as dos tucanos, disse que se referia ao registo do pagamento de aposentados na folha de pessoal.

“Esclare�o que tenho consci�ncia de que a pr�tica de registrar pagamentos de aposentados fora da conta de pessoal era permitida pela interpreta��o vigente, nos mandatos anteriores, nas normas da Lei de Responsabilidade Fiscal. Logo, a conduta era legal, � �poca. Foi impr�pria a express�o de “maquiagem” constante na mat�ria”, disse.

Zema disse que o "ponto de vista" que exp�s foi que "a vig�ncia dessa interpreta��o impediu constatar, ao tempo, que a despesa de pessoal, na realidade, estava comprometendo mais a receita do que aparecia nas presta��es de contas, prejudicando, portanto, o conhecimento da gravidade da evolu��o das finan�as estaduais".

O governador afirmou ainda que seu objetivo � resolver os problemas do estado. “Para tanto, deixaremos o passado para tr�s em favor de um futuro melhor com uni�o e di�logo”, finalizou.