
“Se a reforma da Previd�ncia n�o der certo, o caos vai se instalar. Sem a reforma, ningu�m mais vai confiar no Brasil”, disse o presidente, durante caf� da manh� com jornalistas. “Uma economia abaixo de R$ 1 trilh�o, n�s vamos ficar como a Argentina. O Paulo Guedes diz que o limite � R$ 800 bilh�es”, completou.
� tarde, Bolsonaro afirmou que “n�o existe um dado m�nimo” e que Guedes fala de uma economia de em torno de R$ 1,1 trilh�o. A afirma��o foi feita quando Bolsonaro foi questionado sobre o n�mero, e se ele havia conversado com o ministro da Economia.
“Eu falei, converso. A bola agora est� com o Legislativo. S�o poderes independentes. Eu gostaria que a nossa proposta sa�sse na ponta da linha como entrou. Mas n�s sabemos, at� pela minha experi�ncia de sete legislaturas, que haver� mudan�as. Agora, n�o existe um dado m�nimo. O Paulo Guedes fala em torno de R$ 1,1 trilh�o. Eu espero que, em havendo qualquer desidrata��o, que n�o seja um n�mero que comprometa uma reforma”, disse Bolsonaro.
O secret�rio adjunto de Previd�ncia e Trabalho, Bruno Bianco, disse que “n�o prejudica” a tramita��o da reforma da Previd�ncia o fato de o presidente ter falado que o ministro da Economia aceita at� o limite de R$ 800 bilh�es em economia com as mudan�as em dez anos.
O valor est� abaixo da economia estimada pelo governo com a reforma, de R$ 1,236 trilh�o, conforme dados divulgados ontem e que superam em cerca de R$ 100 bilh�es a previs�o inicial. Bianco, no entanto, evitou fazer maiores coment�rios. “Somos t�cnicos, s�o esses os n�meros, estamos apresentando aqui, abertos e transparentes”, completou.
Para Bolsonaro, a Argentina est� tendo problemas porque fez uma “reforma meia-boca”. “E os problemas se avolumam”, afirmou.
“E � uma preocupa��o de parte nossa, porque n�s n�o queremos uma outra Venezuela aqui na Am�rica do Sul. Ent�o, a gente espera, tem confian�a, tem certeza de que o esp�rito patriota se fa�a presente junto aos deputados e senadores, como � natural do meio deles, e a reforma seja a melhor poss�vel, porque essa � a reforma-m�e, no nosso entendimento”, completou o presidente.
Tramita��o
Bolsonaro disse que o placar da aprova��o da PEC na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da C�mara o “surpreendeu positivamente”, mas se queixou sobre o mercado ainda ver incerteza mesmo depois da aprova��o do texto na comiss�o.
Ainda sobre a reforma, o presidente voltou a dizer que “a bola est� com o Parlamento”, mas que tem gente que acha que o governo deve interferir. “Vamos mapear os parlamentares e fazer um trabalho em cima deles”, comentou.
“A C�mara � soberana para fazer as altera��es que melhor atendam �s necessidades de todos, n�? Agora, a economia � importante”, disse Bolsonaro.
“Eu estou muito feliz com a aprova��o da reforma da Previd�ncia na CCJ. Pelo que tudo indica, hoje (ontem) est� sendo formada a comiss�o especial. A gente espera que, com a lideran�a em grande parte do Rodrigo Maia (DEM-RJ), essa proposta prospere tamb�m nessa comiss�o”, tamb�m disse.
Perguntado se estava “confiante” na aprova��o da reforma na C�mara dos Deputados ainda no primeiro semestre, o presidente disse: “N�o posso falar isso”. E emendou afirmando esperar que n�o haja “nenhuma turbul�ncia”.
Bolsonaro disse que n�o iria “entrar em detalhes” sobre o an�ncio feito ontem por Maia, nomeando o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) como presidente e o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) como relator da medida na Comiss�o Especial.
“N�o vou entrar em detalhes. Essa � uma atribui��o l� do presidente da C�mara. Todos os deputados t�m responsabilidade. N�o vou falar todos, n�, porque tem a esquerda que est� contra a gente, n�? Mas o outro lado n�s acreditamos na responsabilidade e no esp�rito patri�tico de todos para levar avante essa proposta”, disse.
Economia vai a R$ 1,24 trilh�o
A economia com a proposta de reforma da Previd�ncia subiu de R$ 1,072 trilh�o para R$ 1,236 trilh�o em dez anos. O valor foi divulgado pelo Minist�rio da Economia no in�cio da tarde de ontem junto com o detalhamento dos dados de impacto da reforma por �rea.
De acordo com os dados, que eram mantidos em sigilo, o total da economia em 10 anos com as mudan�as ser� de R$ 807,9 bilh�es para o regime geral de previd�ncia e R$ 224,5 bilh�es para o regime dos servidores federais (RPPS).
Segundo a Pasta, foram divulgados os dados segregados pedidos pelos deputados em requerimentos. E todos os requerimentos e documentos que embasaram a proposta ser�o colocados no site do minist�rio no per�odo da tarde.
A economia com a mudan�a nas regras do abono salarial prevista pelo governo � de R$ 169,4 bilh�es em 10 anos, de acordo o Minist�rio da Economia.
A medida est� inclu�da na reforma da Previd�ncia e prev� a redu��o de dois para um sal�rio m�nimo o limite de renda de acesso do trabalhador ao benef�cio concedido pelo governo federal. Ainda segundo o minist�rio, a economia com as mudan�as na aposentadoria rural previstas na reforma da Previd�ncia ser� de R$ 92,4 bilh�es em 10 anos.
O secret�rio especial de Previd�ncia e Trabalho, Rog�rio Marinho, disse que o aumento na previs�o de economia com a reforma da Previd�ncia se deveu �s altera��es feitas na Lei de Diretrizes Or�ament�rias de 2020 e na possibilidade de as mudan�as serem votadas ainda neste ano, o que implica economia j� no pr�ximo.
“Mudan�as s�o em fun��o da possibilidade de o tr�nsito no Congresso Nacional se encerrar neste semestre ou inicio do pr�ximo. Como a economia passa para 2020, temos uma inflex�o positiva”, afirmou.
Marinho, reafirmou que o governo vai defender a proposta de reforma da Previd�ncia “na sua integralidade” durante as discuss�es na comiss�o especial, mas que respeitar� o Parlamento e eventuais mudan�as.