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Estado de Minas

Militares e Centr�o unem for�as em busca de mais poder no governo

Integrantes das For�as Armadas e lideran�as de partidos da base deixam diferen�as de lado para manter atuais postos e avan�ar nos cargos de segundo e terceiro escal�es


postado em 29/04/2019 09:10 / atualizado em 29/04/2019 09:21

Bolsonaro, ontem, durante visita que fez ao filho Flávio: presidente defendeu a aprovação da reforma da Previdência sem
Bolsonaro, ontem, durante visita que fez ao filho Fl�vio: presidente defendeu a aprova��o da reforma da Previd�ncia sem "muitas modifica��es" (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

N�o � s� o Centr�o que vai pressionar o governo por cargos. Na esteira da cobran�a na Esplanada dos Minist�rios estar�o tamb�m militares, irritados com sinaliza��es do presidente Jair Bolsonaro e dos filhos, sobretudo o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Os oficiais das For�as Armadas  contam com mais de 115 integrantes em postos do primeiro ao terceiro escal�o, mas, cientes de que partidos do bloco governista ampliar�o a tens�o por espa�o — mirando crescimento nas elei��es de 2020—, aglutinar�o for�as para manter o prest�gio em um momento que o governo tenta se articular para aprovar a reforma da Previd�ncia na Comiss�o Especial.

Um dos problemas dos militares est� nas declara��es do escritor Olavo de Carvalho. Por mais folcl�rico que possa ser visto por grupos na Esplanada, os posicionamentos do pensador irritam os militares, que ganharam apoio do Centr�o, bloco composto por partidos como DEM, PP, PR, MDB, PSD, PRB, PTB, Solidariedade e Podemos.

Olavo voltou a usar as redes sociais para sugerir que o vice-presidente Hamilton Mour�o, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Santos Cruz, e o porta-voz da Presid�ncia da Rep�blica, Ot�vio R�go Barros, “obede�am ao presidente e n�o encham o saco”. O problema � que n�o h� desautori��o em rela��o ao escritor.

Desde a posse de Bolsonaro, os oficiais das For�as Armadas sa�ram do ostracismo e passaram a ser atores relevantes no governo — mas v�o buscar mais visibilidade depois dos ataques de Carlos. � um caminho que pode come�ar pela Ag�ncia Brasileira de Promo��o de Exporta��es e Investimentos (Apex-Brasil), onde emplacaram o diretor-presidente, contra-almirante S�rgio Ricardo Segovia. Com o pedido de demiss�o do diretor de Gest�o Corporativa, M�rcio Coimbra, v�o exigir um segundo integrante na empresa ligada ao Itamaraty.

A conviv�ncia entre militares e o Centr�o no governo n�o foi um “c�u de brigadeiro” at� o momento. Disputas por espa�o entre os  mais de 10 mil cargos  de livre nomea��o os colocaram em disputas. No Minist�rio da Cidadania, por exemplo, o general Marco Aur�lio Vieira, ligado a Mour�o, n�o sobreviveu � disputa de poder e foi retirado da Secretaria Especial de Esporte, em derrota para a ala pol�tica ligada ao chefe da pasta, Osmar Terra, do MDB.

Os ataques de Carlos contra o vice-presidente, no entanto, mostraram aos dois grupos que as tentativas de um anular o outro s� promovem desgaste. Agora, a meta � evitar o confronto e se unir para apaziguar os �nimos, em busca de um fortalecimento m�tuo.

A rela��o entre as classes pol�tica e militar beneficia a ambos. Os militares t�m poder e mais de R$ 176,3 bilh�es de recursos para fazer quantidade imensa de obras, podendo alcan�ar poder estrat�gico muito maior do que j� tem com apoio dos pol�ticos nos estados.

O Programa de Parceria e Investimentos (PPI), respons�vel por pol�ticas ligadas � �rea de infraestrutura, � ligado � Secretaria de Governo, do general Santos Cruz. O Minist�rio da Infraestrutura � comandado por Tarc�sio de Freitas, capit�o do Ex�rcito. Os dois ministros mant�m um �timo relacionamento com parlamentares que, por sua vez, prometem intensificar a rela��o.

Os militares v�o agir nos bastidores e fortalecer o Centr�o com a��es em suas respectivas pastas. Movimenta��es de uni�o com apadrinhamento de indicados do baixo clero surgiram, mas foram abortadas para n�o levantar suspeitas, depois de ataques feitos por Carlos e Olavo. L�deres partid�rios no Congresso, entretanto, prometem crescer juntos com os oficiais na Esplanada. Com a reforma da Previd�ncia na Comiss�o Especial, prometem endurecer o coro por cargos nos estados e no primeiro escal�o, ou seja, ocupar minist�rios.

Promessa


A promessa de press�o por parte da classe pol�tica � manter os militares em postos estrat�gicos, caso assumam uma pasta. “N�s n�o vamos competir contra os militares. Estaremos com eles. � perfeitamente plaus�vel termos um minist�rio e eles ficarem com a secretaria executiva. N�o s�o apegados a cargos”, afirma um l�der do Centr�o. O parlamentar usa, como exemplo, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, do PSL, que tinha como secret�rio executivo Floriano Peixoto, o atual titular da pasta.

Os oficiais das For�as Armadas t�m for�a ou influ�ncia em quase todos os minist�rios. O sonho de consumo, no entanto, � se inserir no Itamaraty. A c�pula militar n�o gosta da pol�tica externa conduzida pelo ministro Ernesto Ara�jo. Julgam “entreguista” e pouco alinhada com os mercados orientais, onde o Brasil tem for�a com alguns dos principais parceiros comerciais, como a China. No relacionamento com os pol�ticos, tentar�o abocanhar espa�o no Minist�rio das Rela��es Exteriores. Interlocutores pol�ticos menos entusiasmados com a rela��o, alertam, contudo, para a classe pol�tica n�o cair no “canto da sereia”. “N�o podem ser ing�nuos. Os militares cresceram muito e temo pelo que pode acontecer”, alerta.

Apelo contra desidrata��o


O presidente Jair Bolsonaro tenta evitar a desidrata��o da reforma da Previd�ncia. Encontrou-se ontem com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar sobre a mat�ria. No Twitter, o presidente voltou a defender a aprova��o do texto “sem muitas modifica��es”, alegando que, assim, poder� fazer mais pela popula��o. Na publica��o, divulgou um v�deo em que o ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, anuncia que vai aumentar o hor�rio de funcionamento de postos de sa�de. “Com a Nova Previd�ncia sem muitas modifica��es, poderemos mais, descentralizando poder, beneficiando estados e munic�pios. O Minist�rio da Sa�de ampliar� hor�rio de funcionamento de unidades de sa�de, entrega 88 ve�culos para o transporte de pessoas com defici�ncia.”


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