Com a imagem arranhada por esc�ndalos de corrup��o que atingiram dirigentes da sigla, o PSDB vai lan�ar na semana que vem um C�digo de �tica que prev� puni��o para filiados que se envolverem em ilegalidades. Desde sua funda��o, � a primeira vez que o partido elabora um documento espec�fico para essa finalidade que vai permitir, at� mesmo, a expuls�o de filiados.
As normas, entretanto, n�o atingem de imediato tucanos gra�dos como o deputado federal A�cio Neves (MG), que � r�u por corrup��o passiva e obstru��o da Justi�a, acusado de receber ilicitamente R$ 2 milh�es de Joesley Batista, da J&F. Ele nega.
Como as den�ncias contra o A�cio ocorreram antes da elabora��o do C�digo de �tica, ele s� poder� ser punido pelo partido caso condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou que o regulamento n�o foi feito para punir A ou B. "N�o estamos analisando casos, mas estabelecendo regras", disse. "N�o h� nada parecido no Brasil em termos de rigor e elabora��o com o C�digo de �tica do PSDB", complementou Alckmin.
Para o ex-governador de S�o Paulo, esse instrumento vai "aproximar o partido da sua milit�ncia e dos anseios da sociedade". "Ser� um partido moderno, que ter� instrumentos �geis de autocorre��o e n�o apenas puni��o", afirmou o tucano. O fortalecimento dos partidos, segundo Alckmin, � uma forma de acabar com a crise pol�tica. "Muda o governo, mas a crise continua, porque o sistema pol�tico est� equivocado", observou.
Em sete p�ginas, o C�digo de �tica do PSDB define san��es para casos de infidelidade, indisciplina e ferimento da �tica partid�ria. O artigo 19 permite que a Comiss�o Executiva instaure um "procedimento sumar�ssimo" contra filiados que cometerem atos com potencial de "causar dano irrepar�vel ao partido". O texto n�o exemplifica quais atos.
A reda��o do C�digo de �tica foi apresentada pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) aos membros da Executiva Nacional da sigla, na quarta-feira passada, em Bras�lia. O texto estava previsto para ser aprovado na mesma reuni�o, mas n�o houve consenso. A previs�o � de que seja analisado na pr�xima quinta-feira, um dia antes da conven��o que pode eleger o ex-deputado Bruno Ara�jo presidente do PSDB no lugar de Geraldo Alckmin.
Uma das preocupa��es externadas na reuni�o era de que o PSDB, ao aprovar um c�digo de �tica rigoroso, estivesse cedendo a press�es das redes sociais para "fritar" seus filiados. Um tucano citou o exemplo do PT, que sempre poupou o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, hoje preso. Mesmo assim, o PT elegeu em 2018 a maior bancada da C�mara, enquanto o PSDB perdeu quase metade dos seus quadros. A bancada tucana tinha 54 deputados em 2014 e elegeu apenas 29 no ano passado. O PT elegeu 55 deputados. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.