
Ao apresentar um diagn�stico de uma d�vida de R$ 6 bilh�es, uma m�dia de gasto anual de R$ 222 mil com cada funcion�rio e uma folha de aposentados e pensionistas que corresponde a praticamente o dobro dos ativos, o presidente da Cemig, Cledorvino Belini, deixou claro aos deputados estaduais que a melhor alternativa hoje para a empresa � a privatiza��o.
O discurso segue a cartilha do governador Romeu Zema (Novo) que recentemente afirmou que a estatal � um “entrave” para o desenvolvimento de Minas Gerais e j� avisou que em breve enviar� � Assembleia Legislativa um projeto de lei prevendo a negocia��o.
Durante discurso aos parlamentares, Bellini afirmou que o grande problema � sanar o d�ficit de R$ 6 bilh�es e ainda garantir os R$ 15 bilh�es necess�rios para investimentos em infraestrutura, redes, postes nas ruas e zona rural. Ao chegar ao comando da Cemig com o objetivo de aumentar a efici�ncia e a produtividade e racionalizar os custos, mas tem esbarrado nas limita��es legais impostas a estatais.
“Precisa ser feito um investimento na companhia. N�o sei se o estado conseguir� fazer esse aporte (R$ 21 bilh�es). E se n�o tiver, eu s� vejo um outro caminho, que seria a privatiza��o”, afirmou o presidente da Cemig, que participou nesta segunda-feira de sabatina na Comiss�o de Assuntos Municipais e Regionaliza��o do Legislativo, dentro da s�rie de reuni�es da iniciativa Assembleia Fiscaliza.
De acordo com o executivo, que contou ter uma experi�ncia de 45 anos na iniciativa privada – parte deles na dire��o da montadora Fiat –, a efici�ncia no setor � muito maior que nas estatais. O que para ele tamb�m pode explicar o fato da conta de luz em Minas ser a segunda mais cara do pa�s. “N�s n�o somos competitivos, e ser competitivo requer passos muito ousados e que uma empresa estatal n�o pode dar”, lamentou.
Questionado sobre o gasto elevado com a folha de pagamentos – a m�dia anual dos sal�rios � de R$ 222 mil –, Cledorvino justificou que o valor elevado se deve ao grande n�mero de inativos, que chega a 11 mil pessoas, al�m do plano de sa�de arcado pela estatal para esses ex-funcion�rios e pensionistas. Para se ter uma ideia, o quadro de ativos hoje n�o passa de 5,6 mil funcion�rios.
Usinas
O presidente da Cemig apelou ainda aos deputados estaduais para que ajudem nas negocia��es para que continue com a outorga de tr�s usinas hoje nas m�os da Cemig: S� Carvalho, Nova Ponte e Emborca��o – com outorgas previstas para vencer em 2024 e 2025.
"Temos de um lado a regula��o, e de outro uma necessidade real de manter essas usinas. J� foi um pecado perdermos aqueles 3 GW de S�o Sim�o, Jaguara, Miranda e Volta Grande", afirmou, referindo-se �s quatro usinas privatizadas em 2017.
A legisla��o brasileira define uma alternativa que autoriza a prorroga��o sem licita��o dos contratos em caso de privatiza��o de ativos, o que permitiria � Cemig se manter s�cia minorit�ria das usinas. Segundo Cledorvino, h� um grupo de empres�rios mineiros interessados em participar dessa privatiza��o, com a compra de 51% dos ativos.
“Se n�o conseguirmos adiantar a outorga, a outra alternativa � essa, sen�o em cinco anos perderemos essas usinas”, disse.