
O governo montou uma for�a-tarefa para blindar o ministro da Justi�a, S�rgio Moro, das acusa��es de parcialidade em julgamentos referentes � Opera��o Lava-Jato, ap�s a invas�o criminosa e o vazamento de troca de mensagens do ent�o juiz com o procurador Deltan Dallagnol.
O problema � que, por ora, a articula��o � fr�gil. O presidente Jair Bolsonaro n�o se pronunciou oficialmente nesta segunda-feira (10/6) e qualquer declara��o deve ser feita s� depois de reuni�o marcada para esta ter�a-feira (11) com Moro. � TV Globo, o secret�rio de comunica��o da Presid�ncia, Fabio Wajngarten, afirmou que Bolsonaro disse: "N�s confiamos irrestritamente no ministro Moro".
A c�pula militar do Executivo saiu em defesa de Moro, mas o n�cleo pol�tico, comandado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, n�o deu diretrizes �s lideran�as partid�rias e a aliados de como se portar no Congresso.
Sem engajamento no Legislativo, at� o sucesso de acordo para a vota��o do Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 4/2019 n�o est� totalmente garantido. A proposta disp�e sobre o cr�dito suplementar solicitado pelo governo ao parlamento para quitar, por meio de opera��es de cr�dito, despesas correntes de R$ 248,9 bilh�es.
Em conversas privadas ou em grupos de WhatsApp, deputados dizem que a reforma da Previd�ncia ser� blindada, mas “o resto ser� reanalisado”. Ou seja, o governo precisar� reavaliar e intensificar as articula��es pauta a pauta.
A orienta��o pol�tica deveria ser feita por Onyx, que nada fez, criticam parlamentares. Em reuni�o com lideran�as do governo e aliados, nesta segunda-feira (10) � noite, no Pal�cio do Planalto, n�o deu diretrizes sobre a atua��o.
A in�rcia do ministro freou um movimento que come�ou a ser constru�do por deputados do baixo e m�dio cleros para apoiar Moro e o governo. O clima � de cautela, reconheceu o l�der do Podemos na C�mara, Jos� Nelto (GO).
“Eu me reunirei com aliados para ver se e como apoiamos. Temos de dar um voto de confian�a a Moro, e acho que o Planalto est� blindado desse assunto, mas tudo depende se tem ou n�o novos vazamentos”, disse.
Por ora, o apoio formal ao governo no parlamento reside no PSL. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e outros correligion�rios tra�am uma estrat�gia de, nas redes sociais e nas sess�es plen�rias, ridicularizam a oposi��o e mostram como as cr�ticas de partidos como PT e PSol refor�am o trabalho contra a corrup��o, sem uma suposta interfer�ncia de Moro nas a��es da for�a-tarefa da Lava-Jato.
“Iremos �s ruas se a coisa se acirrar, mas a linha, agora, � pegar a lista do Janot (nomes denunciados pelo ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot) e pressionar pelos julgamentos. Vamos defender a Lava-Jato e ironizar quem questiona a conduta do ministro”, destacou a parlamentar.
A �rea militar do governo tamb�m deixou claro o apoio a Moro. O ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) da Presid�ncia, Augusto Heleno, disse, em nota, que o “desespero dos que dominaram o cen�rio econ�mico e pol�tico do Brasil levou seus integrantes a usarem meios il�citos para tentar provar que a Justi�a os puniu injustamente”. “Querem macular a imagem do dr. S�rgio Moro, cujas integridade e devo��o � P�tria est�o acima de qualquer suspeita”, sustentou.
O discurso foi refor�ado pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, ao garantir nesta segunda-feira (10) que Moro tem a confian�a do governo.
“Ele � um ministro, um homem de muito respeito e do bem”, declarou. O vice-presidente Hamilton Mour�o classificou o ex-juiz como algu�m da “mais ilibada confian�a do presidente” e disse que “conversa privada � conversa privada”.
“Descontextualizada, ela traz qualquer n�mero de ila��es. (Moro) � uma pessoa que, dentro do pa�s, tem um respeito enorme por parte da popula��o, visto as pesquisas de opini�o sobre a popularidade dele”, frisou.